Bem se sabe desde o começo Qual a diferença Valor não é preço Preço é recompensa Quanto se pode pagar Quanto nos custa o comprar Preço é pelo exterior Valor é pelo interior Bom entender o essencial Valor é falar da moral Preço é recurso de se pagar Valor, capacidade de se doar 1303
Poesias
Como
Assim é Desse jeito Ou depende né Mal feito ou quase perfeito É como Como é Deitado ou de pé Ou bebo ou como Que palavra boa Compara ou significa O como nunca destoa Nunca à toa, explica 1331
Diferenças
Graças a elas Ou por suas existências Diferenças é que são belas Exceções ou excelências Somos sim diferentes Mas iguais perante às leis naturais Humildade e caridade seriam mais presentes Fôssemos menos materiais que espirituais O benefício das diferenças Pois divergimos em crenças Mas nos unimos em Deus pela fé O Único que sabe quem cada um de nós realmente é 1315
Pais
Em tempos como estes
Difíceis de pandemia
Estar com o pai é uma benção
É tudo que se queria
Lembrados e amados
Em pensamento ou em companhia
Relações de carinhos trocados
Nossos pais são alquimia
Onde estejam
Em espírito ou cá por perto
Que todos sejam
Abençoados por Deus, o Pai certo

Francesca, 10
Última
Quando se espera
Na fila da vez
E a providência opera
A demora tem seus porquês
Quem chega primeiro
Tem sua razão
Tanto quanto o derradeiro
Que aguarda na última posição
Segundo nosso Mestre na bondade
O último será o primeiro
E o menor será o maior em verdade
Lições de humildade e amor verdadeiro
1305
Cedo
Acordado
Pronto, de pé
Rosto lavado
Não volto à ré
Novo dia
A vida já acordou
Isso me alivia
A morte não me levou
Não que eu dela tenha medo…
No fundo muito a respeito
Tenho medo só de dor no peito
Caso esse venha a ser o meu enredo
Hoje acordei ainda mais cedo
Gosto muito de minha vida
Realmente não tenho medo
Acredito em Deus, em Sua misericórdia sentida
1106
Tinta fresca
Aquela casinha
Bonitinha
Da vielinha
Pequenininha
Acabaram de pintar
De reformar
Nova gente vai a ocupar
Novos donos a usar
Tinta fresca, o aviso
Cuidado
Mas nada foi feito de improviso
Projeto esmerado
Minha alma também precisa
Reforma e completa pintura
A condição em que está sinaliza
Talvez até mexer na estrutura
Tinta fresca, no coração
Sincera reforma concluída
Sob nova direção
Minh’alma reerguida
1100
Mundo
O quanto conhecemos
O quanto saibamos
Por mais que imaginemos
Por mais que queiramos
O que nos é dado saber
Não só para nos entreter
Pois se há um infinito ao olhar o céu
Não há imaginação a desvendar esse véu
Há um infinito a se descobrir
Há vários mundos a se procurar
Não parece só um universo a existir
As muitas moradas do Pai a se habitar
Incontestável nossa pequenez
Se a Terra é um grão de poeira nas galáxias
O que cada ser de nós será por sua vez
Nossas relativas importâncias parecem falácias
Só há uma explicação para tudo isso
Um Deus único que rege tudo por amor
Vivemos ainda na ignorância em rebuliço
Cada um em seu mundo e com sua dor
1093
Erros
São ruins e indigestos
Do próximo e os nossos
Como atos desonestos
Nos traem os passos
Voluntários ou não
Se repetem e são muitos
Estão sempre em nosso porão
Erros medidos ou fortuitos
Que saibamos reconhecer
Quando um deles acontecer
O melhor é se arrepender
Com todos eles se aprender
1295
Poder
Quantos o querem
Poucos o tem
Injustos o auferem
Que não fazem o bem
Mas o verdadeiro
O poder essencial
É só do espírito cordeiro
A inteligência espiritual
De quem falamos
De Jesus nosso modelo
O pleno de todos humanos
O poder do amor, o máximo zelo
1293
Espíritas
Todos que creem nos espíritos.
Que entendem o que os espíritos do bem e os espíritos superiores nos disseram no passado e continuam a nos dizer ainda hoje.
Sem dogmas.
Sem mitos.
Sem mistificações.
O Espírito da Verdade nos trouxe o Evangelho, desde Jesus.
Deus é o bem maior. O amor supremo.
Espíritas são todos aqueles que praticam o bem.
Cristãos ou não.
Ateus ou não.
Espíritas são todos aqueles que ouvem ou assimilam as inspirações do bem, do amor e da caridade.
O bom espírita é o que não contesta a religião do outro.
Kardec codificou a obra e as mensagens evangélicas.
Jesus muito antes nos trouxe a prática, além da teoria. Há mais de vinte séculos.
Espírita é todo ser sensível desse planeta.
Só há uma religião a ser seguida, a da caridade, da compaixão, e da bondade entre o seres humanos dentre todos os povos do planeta Terra!
Quinto Zili
1184
Vinho
O mosto vivo
Alma de uma fruta
Elemento ativo
Com ele se saluta
Embriaga no exagero
Apura no tempero
Amarga se estraga
Se aproveita se vinagra
Vinho é vida
Sangue de Cristo
Metáfora entendida
Ensinamento vivo do Mestre Jesus
É o Evangelho revisto
O vinho é como o sofrer até a luz
Quinto Zili
1104
Aperto no coração
Dessa vez ele bateu forte
Veio no coletivo
Nem azar nem sorte
Para todos e pouco seletivo
Aperto no meu coração
No teu; nos nossos
Sem sofrimento vão
Pelo mundo rastro de destroços
Milhões de doentes
Distantes de seus parentes
Óbitos às centenas de milhares
Cenário que pasma os olhares
Aperto no coração
Tristeza e calamidade
Renasce a solidariedade
Homem na Terra em provação
Quinto Zili
1224
Mãos
Que dão equilíbrio
Dirigem os braços
Tateiam um livro
Nos abraços, os laços
Mexem em tudo
Fuçam, cutucam, espalham
Deslizam sobre tudo
Mãos soberanas que falham
Cumprimentam ou desprezam
Quando frias incomodam
Quentes inflamam
Juntas punem ou aprovam
Os aleijados podem não tê-las
Ou só não é possível vê-las
Deus nos cria espíritos perfectíveis
Nossos corpos, veredas susceptíveis
Mãos fazem e desfazem
Constroem
Destroem
No bem ou no mal se comprazem
Mãos refletem a alma
Fazem o que são comandadas
As de Jesus só expressavam calma
As nossas ainda precisam ser educadas
Francesca, 13yrs
1084
Avião Brasil
2020 bem se iniciava
Decolava o avião
Quase 210 milhões a bordo
Chegamos a sair do chão
Seria uma boa viagem
Pouca emoção nem vertigem
Eis que algo acontece
Uma tormenta do nada aparece
O Avião Brasil acusa pane rapidamente
Tempestade deixa a tripulação doente
Quase em velocidade de arremeter
Termina o avião no solo em arrastado sofrer
O Brasil parou de repente
Por Deus não morreu tanta gente
Pelo desastre que foi sofrido
Só restará outro avião a ser construído
Parábolas à parte
Metáforas intrigantes
Um vírus caindo aviões com arte
E um futuro melhor modificará o dantes
Quinto Zili
1206
Poucos
Na bondade
No bom coração
Na boa intenção
Na caridade
São poucos
Contam-se
Tidos como loucos
Doam-se
Caminha a humanidade
Pelos vícios à larga porta
Longe da porta estreita da humildade
Moral ainda torta
Mas chegaremos lá um dia
Como parecendo alquimia
Não necessários muitos tiros
Só a eficiência de um bom vírus
Quinto Zili
1192
Vírus
Ainda que do mal pareça
Tem seu lugar devido
Na natureza nada que aconteça
Foge do divino ideal perseguido
Um vírus não é diferente
Mutações são evoluções
Os seres em adaptações
Seguem padrão exigente
Os porquês são infinitos
Não entendemos a dinâmica ínsita
É mister de superiores conflitos
São ajustes da balança intrínseca
E tudo se dá para o bem
Nada disso é obra do mal
A colheita não libera ninguém
Vírus é meio, não o vilão letal
Os vírus nos corpos materiais
Morrem por anticorpos ou antivirais
Os vírus da alma de nós mortais
Não se curam com antialmas, só com reformas morais
Quinto Zili
1185
O Bom Conselho
Veio ao meu encontro
Se fez presente
Um tanto insistente
Mas eu não estava pronto
Por mim mesmo talvez
Me impediam o orgulho e a vaidade
Ainda não enxergava a verdade
Não o ouvia e não lhe dava a vez
E o Bom Conselho não desistia
Insistia
Quase todo dia
Porque eu fingisse que ele não existia
E então aconteceu
O Bom Conselho desapareceu
Eu não entendi mais nada
Pensei; assim é a quem Deus desagrada
Nada disso porém
Na verdade fui eu que morri
Fechei um dia os olhos e não mais abri
Só acordei muito tempo depois no além
Vaguei, vaguei e vaguei
E quando acordei havia só escuridão
Rezei, rezei e então implorei
Gritei com todas as forças do meu pulmão
Senti por fim alguém se aproximar
Tocou minha face chorosa e sofrida
Abriu meus olhos para que pudesse enxergar
Estava ali o Bom Conselho, de novo a me mostrar a vida
Quinto Zili
1180
Dinheiro
O que falta à muita gente Quase o lugar comum O quadro abrangente Às vezes sobra a outro ou um Dinheiro é essencial Para a maioria Nesta vida material O papel pintado da alegria Vindo do trabalho é conquista Justo e sem prejuízo de ninguém E porque Jesus não o põe no topo da lista Sua fortuna é o amor, não o valor do vintém Dinheiro não traz felicidade Nem a compra, nem dela nos aproxima Dar do que não sobra é prova de caridade E a sua grande falta, expiação que ensina Só é bom o dinheiro que circula Seu acúmulo é como água parada No fim dá bicho, mata e anula No plano espiritual não vale nada 1166
Folia
Quanta alegria
É carnaval
Quanta folia
Multidões brincam no plano carnal
Será que tem também no céu
Quem sabe dizer
Como se levanta o véu
É difícil de conceber
Tudo é padrão vibratório
Onde o espírito não é transitório
Parcial é a vida carnal
Por isso na Terra tem carnaval
Não há comparações
Nem semelhanças
Há alegria e tristezas em vibrações
Sintonias determinam alianças
Há quem goste do carnaval
Mas há outro tanto que não faz questão
Também não é luta do bem e do mal
No mais é não esquecer o ensinamento cristão
Quinto Zili
1160
Pati
Hoje é festa no coração da amada
Minha querida, meu amor
Mais um ano juntos na jornada
Os espinhos só protegem a flor
Você é minha poesia
A que eu não preciso escrever
É a minha doce teimosia
Meu coração bate ao teu perceber
Felicidades minha Pati linda
Vamos juntos continuar
Com nossa Francesca bem-vinda
Para nos atestar o maior amar
Te quero muito feliz
Não só hoje mas sempre
Somos um do outro aprendiz
Deus te abençoe o ser contente
Silêncio
A máxima é que é uma prece
Que por esforço se estabelece
Placas avisando e tudo mais
Por vezes ter que se pedir aos demais
Em tumultos não tem como
Só se o silêncio for interior
Que é hábito difícil no extremo
Não embarcar a mente no mundo exterior
Não é fácil para a maioria
Silêncio é como o ar que se respira
Não pode faltar a ninguém
Tampouco ser privilégio de alguém
Quinto Zili
1150
Guilherme
Oi Gui, querido filhão
Hoje é dia de tua comemoração
Dia de celebrar
Do teu nascer despertar
A vida te trouxe a nós
Teus pais em família
Recebemos teu sorriso e simpatia
Teu olhar azul de príncipe que desafia
É um trabalhador fiel
Um guerreiro de muitas batalhas
Para mim um Guilherme Tell
Sincero, íntegro e honesto, no mundo de almas falhas
Parabéns filho amado
Por este e todos anos anteriores
Desculpa o pai por ser tão calado
Que te ama quieto e sente tuas dores
Continua na busca do amor
O verdadeiro e o inteiro
Amar também é conhecer a dor
Na vida nem tudo é passageiro
Cuida do corpo e da alma
Ouve teu espírito contigo falar
Até a ansiedade encontra a calma
Mazal Tov, quero te desejar
Pai
Rua
O bom endereço
De uma boa casa
Mas pode ser só um destino
De quem não vive e a vida arrasa
Sendo rico ou sendo pobre
Cada qual tem sua rua
Com teto ou mal se cobre
Vida doce ou nua e crua
É o próprio universo
Por onde passa muita gente
A rua é do poema o verso
Rima da vida o lar ausente
Mesmo escura a rua acolhe
No fim para muitos vira solução
Sem saber do mundo ela recolhe
Quem perdeu tudo, inclusive a ilusão
Quinto Zili
1146
A couve da briga
Provocação houve
Por causa de uma couve
A mais bonita da banca
Ali começou altercação franca
Houve forte disputa
O maço era da manteiga gigante
Virou palco de quase luta
Imagine a cena de briga ofegante
Duas senhoras madames
Desceram de seus altares
Viraram velhacas infames
Como nas brigas de bares
Bastou o olhar sobre a couve bela
Uma a quis, mas a outra avançou
Inevitável, o maço se partiu na querela
Das lindas folhas pouco mesmo sobrou
Então a couve prêmio não ficou de ninguém
O dono da banca no prejuízo restou
A coitada da couve para o lixo foi também
A feira parou e as briguentas a polícia levou
Quinto Zili
1136
Luxo
Falar sobre o luxo
O tal que muitos querem
Enquanto outros não tem nem pro bucho
Assim que os seres, entre si, se ferem
Ostentação ou poder
Ou só um certo luxo
À guisa do prazer de se ter
Que acaba gerando mais empuxo
Sanha e ânsia
Acumular não basta
Ouros e brilhantes em abundância
Tudo que da moral se afasta
Que dinheiro chama dinheiro, se falar
Como também é rio que corre pro mar
Quem nasce virado pra Lua
O luxo é no material que se situa
E onde fica tudo isso na nossa moral
Em nossas vidas, o lado espiritual
Se nada levamos desse luxo material
Que lá atua como peso na casa mental
Quem está à serviço do materialismo
Que quando morre requer imediatismo
Só que não, na pátria do céu, só o amor tem vez
O luxo lá não existe, onde só fica se mereceis
Quinto Zili
957
Calma
É muita pressa
Corre-corre sem parar
E cada vez mais depressa
Quase sem tempo para pensar
Hoje a vida parece que está desse jeito
Se não postou o que se viu
Então não se existiu, pois ninguém curtiu
Sem post no face ou insta, é como não se tivesse feito
Ou então é tudo urgente
Para ontem
E todo mundo virou cliente
Ou nem me contem
Ora ora, minha Nossa Senhora
Onde está a calma
Porque tanta tensão se aflora
Cadê a paz da alma
Com certeza estamos muitos de nós a confundir
Ter urgência não é tudo fazer com pressa
Ser importante não é o essencial do existir
Informação abundante não é aprender depressa
Por verdades se plantam falsidades
Leitura de tweets fakes, mas livros viram raridades
Estudar e aprender exigem calma e persistência
Internet se usa por necessidade e não por opulência
Confundir redes sociais com sermos sociais
Calma!
Quinto Zili
1091
Ceia
Hoje é dia de véspera com ceia natalina
Quando o dia brilha e a noite se ilumina
Que assim feitos nos mostram de onde vem a luz
Senão de quem, do maior, de Maria o Filho Jesus
Eis que nos emocionamos muito
Queremos ser diferentes, mesmo que só no intuito
Daquela cruz temos pouco conhecimento
Jesus nos mostrou o amor em puro ensinamento
Que Ser foi Aquele, iluminado
O Filho maior do Pai maior
Sua festa amanhã, o dia mais esperado
Ele Jesus no entanto nos lembra diariamente
Natal tem que ser o dia a dia melhor
O bem conduzindo ao amor, o verdadeiro presente
Quinto Zili
Serra do câncer
Serra do câncer
Tem cura
Tem salvação
Depende da posição
Quando e quanto se apura
Quanto dele se fez
Quando começou de vez
Onde a alma doente o esconde
Que fizeste a ti? ele que te responde
Câncer que vem de dentro
Não se pega mesmo de fora
Efeito que se lhe dá causa e casa
Somatização em muito que o embasa
Dele não se escapa
Contra ele muito se luta
Se é só a carne que labuta
Mais demora o que lhe trata
Só a alma pode com ele
Se mudar o tom e o diapasão
Contestar a revolta e a reclusão
Buscar antes a causa raiz profunda dele
Alijá-lo do espírito
Por curar no períspirito
Profundas razões o trouxeram para fora
Íntimas reformas são que o levarão de vez embora
Quinto Zili
625
Árvore
Árvore
Plantemos ao menos uma
Num vida inteira
Árvore que ao Sol se apruma
Desde a sementeira
Cuidemos de um canteiro
Dele por inteiro
Uma obra de cuidado
O desejo de deixar um legado
Assim como quem nos cuida
O zelo pelo bem estar
Quem maneja a seiva fluida
Que nos permite a vida aproveitar
Uma árvore é vida em festa
Somos todos como a floresta
Pulsamos na Terra e no astral
Somos menos matéria e mais espiritual
Quinto Zili
1022
Sempre
Além de o Nunca sempre contestar Afiado e seu maior contrário O oposto que também tem salário Tão velho quanto, sem nunca caducar Nada de inimizades nem alardes O Sempre é o perfeito bom senso Em geral nos traz oportunidades O Nunca é sempre muito intenso Servem um do outro como contraponto Mas não se negam em público assim Nem se entregam um ao outro no entanto Temos ambos a nos ajudar quando reconhecer o bem E o Nunca será sempre do Sempre afim O mal nunca vencerá o bem, que vai sempre além 1078
Pouco
Quanto
Mais
Menos
Entre tanto
Com tanto
Meio cheio
Meio vazio
Por tanto
Não é muito
Vale o intuito
Parece oco
Parece pouco
Sentimento
Puro
Sofrimento
Duro
Leve ou pesado
Como jugo
Mas muito julgo
Meu ser, lesado
Pensar louco
Falar mudo
Amar pouco
Faltar tudo
Quinto Zili
1056
Nome da flor: Vida
Toma essa flor pra ti minha irmã, meu irmão; ela se chama Vida.
Percebe seu perfume.
Todo dia de manhã te acordarás lembrando como é o sentir o aroma bom da Vida.
Seu caule fino onde a seguras pela mão é cheio de espinhos, porque é de sua natureza, mas isso não diminui em nada sua beleza.
Se achar difícil segurá-la lembra-te que só há um jeito, com suavidade e firmeza, com certeza junto ao peito.
Onde tuas mãos a tocarem ela sentirá tua intensão, e se for com pensamento firme e com amor, cada espinho se transformará e te mostrará como seu caule é gostoso de segurar, sem dor.
Suas pétalas, essas se abrem todo amanhecer e só se fecham ao anoitecer ou se você optar pela tristeza. Isto mesmo, teu olhar para ela é que a alimenta com certeza.
Regue-a sempre com a água da paz do teu coração e adube-a sempre com o sorriso do teu olhar como oração.
Aceita essa flor com o nome Vida como meu presente. Cuide bem dela como se fosse o último que você fosse receber. E acredita que essa Vida te trará sempre algo melhor ao teu ser.
E sua beleza será tanto maior e imensa se ao plantá-la no teu jardim deixá-la próxima de outras, mesmo de crenças diferentes. Ela irá se sentir bem e terá a sombra das maiores e fará sombra às menores nascentes.
Tome essa Vida como tua daqui em diante, e não te esqueça que quem te deu te ama como o ser mais importante.
Quinto Zili
277
Gentileza
Homem das cavernas
Constantes ameaças
Medo lhe corria as pernas
Natureza só lhe trazia trapaças
Milhares de anos a finco
Passado longínquo
Lar e família eram distantes
Pouco do hoje havia no antes
Percebeu o ser um dia
Depois de muita dureza
Habilidade quase não se via
Agir por impulso de uma gentileza
Noutro dia nasceu como sutileza
Descobriu um valor novo
Um gesto foi assumido entre o povo
Se tornou hábito traduzindo pureza
Hoje temos mais dessa atitude
Que convidam as relações à gentileza
Muitos a servem com cuidado amiúde
Nem todos entendem sua beleza com certeza
384
Dinheiro
Esse papel colorido e pintado
Que manda no mundo que habitamos
Com rostos e bichos impressos em cada lado
No dólar até inscrito, que em Deus confiamos
Quanto mais o temos
Mais o ter o queremos
Quem nem um pouco o possui
Lamenta que Deus o exclui
O dinheiro não é mais que um símbolo
Mas remunera o justo trabalho
Se muito fácil no entanto ele vem
Geralmente se vai pelo mesmo atalho
Ele não é do mal
Nem tampouco do bem
É como usar o sal
O abuso jamais convém
Dinheiro não tem moral
Mas não é só culpa dele próprio
A riqueza é de um poder fatal
Sem equilíbrio ela se torna o ópio
Que com o dinheiro não mais briguemos
E nem por ele, ainda menos
Talvez um dia sem ele viveremos
Mas hoje ainda é a moeda de troca que temos
Quinto Zili
954
DRUMMOND
DRUMMOND
Ele entrou na casa da Poesia.
Entrou. Lá viveu e se trancou.
De lá saiu só para ir de vez. Embora.
Deve ter levado a chave ou a jogado fora.
Ou só contou o segredo a uns poucos amigos, outros poetas.
Aqueles que entendiam melhor os seus escritos, escritores atletas.
Que de pronto, sem inveja, com bondade , o viam sem vaidade.
Escrever o amor como ele o fez, desde o cheiro dessa brisa, só quem contemporiza, do mal não se utiliza.
Em sua homenagem e à sua poesia, quem tenta este caminho, tem uma certeza, não haverá outro igual, com o verbo descomunal, pai da escrita, o senhor da letra; irrestrita!
Quinto Zili
Esquecer
Do mal e da dor
Da raiva, da falta de amor
Dos vícios materiais e morais
Das más tendências reais
Não dá só para esquecer
Apagar sem rever
Não dá para apenas virar as costas
Seguir sem perdoar são as piores apostas
A verdade é só uma
Quantas vezes precisaremos
Até que o bem em nós assuma
Todos de nós assim nos transformaremos
Cultivar o amor em toda parte
Começar em nós mesmos essa arte
Estendendo ao próximo como possível
Até se tornar prática normal e sensível
Assim o esquecer é mais que tentativa
Realidade é entender e modificar
O que é ruim, em bom de forma definitiva
E o mal, no bem do amor e do perdoar
Quinto Zili
1019
Marcela
Tenho três lindos rebentos
E hoje é festa da que nasceu primeira
Com eles, meus olhares mais atentos
Marcela, trinta e três, da boa sementeira
Um encanto de mulher, bom astral
Já é mãe do meu Gabriel, executiva e tal
Com ela não se pode ser meia colher
Esperta, amorosa, sabe bem o que quer
Forte personalidade
Ligada, parceira e desejosa
Ponderada na sua realidade
Curte a vida de forma prazerosa
É dedicada, honesta e responsável
Querida filha e seu Julian, pais do pequeno Gábi
Tem bom humor em dose invejável
A tenho por amor. Sê muito feliz em tudo que te cabe
Pai
Problema
Não nos faltam
De toda sorte
Repletam
Do nascer à morte
E se depois não se findam
Ainda que os contrários pensam
Carregamos muitos conosco
Continuam como enrosco
Se queremos deles nos livrar
Então basta os solucionar
Perdoar a quem for
E pedir perdão à quem levamos dor
Simples assim
E outras soluções afim
Amar como conduta daqui para frente
Agir como Jesus, nosso irmão docente
Problema é que somos ignorantes
Ainda não entendemos o amor
Um dia seremos melhor que antes
Amor virá, mesmo pela dor
Quinto Zili
1013
Preguiça
Quebrado o encanto da estrada
Da realização frustrada
Da não plenitude na vida
Sem desejo e a vontade carcomida
Preguiça nem fala dela mesma
Se evita a si própria
É estorvo da conquista
Das coisas e do mais à vista
Meramente voluntária
Altamente destrutiva
Aquele que a abraça
Sorve o suco da traça
Triste e completa
Experiência amarga
Ter preguiça é não avançar
Na areia movediça afundar
Fugir dela é ter vontade de fogo
Usar o medo para dela correr
De ser pleno de novo
De resgatar a vida no gozo do ser
Q.Z.
403
Mentira
Quem nunca mentiu Não está vivo nesse planeta Quem da mentira fugiu Sabe que ela é perneta Questão de princípios Moral elevada Ideais são indícios De condição avançada Mentira, do bem ou do mal Qual a diferença da praga Da verdade, é como o sal Nenhum, deixa insosso; a mais, estraga Nada justifica a mentira Talvez só quando evite o mal Mas ainda assim, da verdade que se retira Fosse necessário um sofrer providencial A máxima, na verdade, das Leis Naturais O que Jesus trouxe à tona como lição À justiça divina, mentira é causa que provocais Em nós mesmos seus efeitos se sentirão 953
Carga
Não é o peso nem o cilício
O tamanho dela
Nem o suplício
Mas como suportamos ela
A cada um de nós
Segundo suas obras
Carga revela atroz
Do nosso passado as manobras
Nada de injustiça
Nenhuma coisa errada
Tudo tem dobradiça
Depois de aberta, terá que ser fechada
Vai e volta
Prende e solta
Não é olho por olho, nem dente por dente
É misericórdia divina, que jamais se desmente
Nada se nos retira
Do pouco que não se tem
Deus é quem põe e tira
De tudo que nos convém
Somos passageiros e motoristas
De nossa própria jornada
Depende de qual tipo de conquistas
Se a carga será mais ou menos pesada
Quinto Zili
981
Robô
Robô
Num sonho recente, um devir
Eu o vi até chorando
Estava se comunicando
Era um robô que parecia sentir
Não há mais limites
Tecnologia avançou fronteiras
Não se usam mais rebites
Tudo será diferente quanto queiras
O ser humano que conviverá
Com seres artificiais
Com inteligências tais
Que também o perseguirá
Não há no entanto o que temer
Exceto pelos continuados erros
Robôs não terão sentimentos reais como temos
Nem espírito, lembremos
É matéria transformada e tal
Inteligência artificial material
Sem alma nem carga moral
Coisa que muito terrestre ainda cuida mal
Quinto Zili
551
Calor
Um vulcão eclodindo
Suas brasas e lavas
O que vem do fundo da Terra
Calor máximo que se encerra
Muita pressão
Em compasso de espera
Vem à tona e supera
O momento da erupção
Como se vê na química
Calor é parte das reações
Elementos em atração dinâmica
Desprendem energias em profusões
Nas relações humanas do ambíguo
No intelecto do ser indivíduo
Calor como sensação indutiva
Amor, vergonha, onda de calor instintiva
Sem excesso o calor é alimento
No amor o máximo acalento
Na dor remédio ao sofrimento
Calor a nos tirar da indiferença e do relento
Quinto Zili
525
Aquilo
Esse ou aquele
Isso ou aquilo
Aquilo outro
Diferente daquilo
Encontrado noutro
Qualquer daqueles
Nosso ou deles
Doutra ou doutro
Qual é
Quais são
Essas coisas
Ou aquelas
Todas elas
Nossas ou delas
Delas e deles
Neles ou nelas
Aquilo era meu
Não era teu
Me deu
Me escolheu
Então chega
De discussão
Muita fala
Pouca ação
M. F.
930
João Gilberto
João Gilberto
Um violão vai chorar
Suas cordas vão lacrimar
O João do seu tocar
Suas mãos o vão deixar
Com toda sua bossa
A nova, todos sabemos de certo
A única e nossa
Do baiano brasileiro João Gilberto
Coisas que só o coração
Que cantavam ele e seu violão
À minha e muita geração
Numa nota só, no samba de meditação
As garotas de Ipanema vão chorar
O Gilberto, que foi João, foi com Deus morar
A Aquarela do Brasil vão tocar
E o pato desafinado no Corcovado vai ficar
Coisa mais linda a sua obra João
Brigas nunca mais te incomodarão
Chega de saudade, será só bim bom baião
Sua morte vai machucar demais a todo coração
Quinto Zili
Ouvir
Quietude
Paciência
Moderada atitude
Ouvir é ciência
Primeiro escutar
Depois falar
Seguir o ditado como boa ovelha
Quando um burro fala, outro abaixa a orelha
Respeitosamente
Mais que isso
Jeitosamente
Bom compromisso
Duas orelhas e só uma boca
Não são enfeites na cabeça
E se a língua for louca
Pode que os ouvidos enlouqueça
Antes que se confunda, se merece
A máxima é que o silêncio é uma prece
E se de ouro é o falar
Diamante é ouvir, o escutar
Quinto Zili
781
Agrião
Amargo e meio picante
Clorofilante
Na salada
Ou de bocada
Há quem dele não goste
Quando criança me dava ânsia
No prato alguém que o encoste
Outro o quer de ganância
Agrião, forte, verde escuro
No suco se delicia
Refrescante e puro
Saúde propicia
Tempera a ver se não gosta
Qual rúcula deliciosa
Sua irmã, tente a aposta
Os amargos na boca prazerosa
Quinto Zili
838
Sopa
Sopa
Coloqueis tudo na receita
Abundantes ingredientes
Poção de saúde perfeita
Pitadas de vontade apetecentes
Esse prato será completo sabor
Cozido no fogão do amor
O jeito de cozinhar é marca
Cada qual tem um estilo e um enredo
Mas pedis por uma sopa farta
Vais ver que a emulsão tem segredo
E cada parte da feitura
Toma aspectos de entrega pura
Democrata é a sopa, irreverente
Qualquer acepipe fresco ou bem maduro
Viram quentura de um sabor final diferente
Umas suaves, outras com toque e aroma puro
Faz-se o blend preferido ou um bem requintado
E sopa com pão é essencial, mais queijo ralado
No imo desses versos, que importa é o efeito
Mata uma fome e sacia um desejo
Rega uma reunião familiar num alimentar perfeito
Sopa une tudo, ingredientes, calor, para tomar de beijo
Quem faz, quem come ou toma, ninguém rejeita
Quente ou fria, parece mesmo de amor ser feita
Quinto Zili
461
Tentativa
Tentativa
Aquela postura
De desespero
De desânimo
O pânico
Síndromes à vista
Falha de conquista
Quase irreversível
Situação temível
Talvez falte tentativa
Buscar alternativa
Dentro do próprio mergulho
Ao se encontrar com o orgulho
Aproveitar o momento
Na máxima crise
No fundo do poço havido
Lá está o tesouro escondido
Não lhe falte tentativa
Não existe morte altiva
Só existe vida, em tudo
Deus nos ama demais, vivos sobretudo
Quinto Zili
523
Casamento
Casamento
Quero amar-te nesta vida
Vejo o tempo à nossa frente
Seremos um do outro guarida
Tu me trazes novas sensações
Quero ter-te cada vez mais
Seremos um só de dois corações
Tanto tempo procurei
Alguém me desse seu amor
E achei pra dar meu calor
A quem me trata como um rei
Que bela é a vida
Tão longe está a morte
Hoje temos um ao outro
E não reclamamos da sorte
Que Deus permita para sempre
Nossa relação bela e segura
Pois só quem ama é quem sente
A verdadeira relação de ternura
Ame sempre caro amigo
Voe e alce a luz da sua paz
Mas leve sempre junto contigo
Semente do amor não se deixa pra trás
Quinto Zili
103
Perfeição
Perfeição
Ainda não sabemos o que é
Como é
Onde se encontra
Em quem desponta
Ou o mais próximo que seja
Até onde se perceba e veja
Só Aquele que pisou na Terra há dois mil anos
O espírito mais perfeito, Jesus dos nazarenos
Porque de perfeição nada entendemos
Sem poder avaliar sua extensão sofremos
Mesmo nossa noção de perfeição é imperfeita
Da semeadura maior somos apenas nossa colheita
Então o que seria a perfeição
O bem, o amor, o perdão e a caridade
Tudo junto em harmonioso diapasão
O próprio sofrer como outra realidade
Até nossas preces são imperfeitas em tese
Por certo deveríamos entoar mais agradecimento
Mesmo que não pareça Deus dá todo suprimento
E ainda nos brinda com Jesus na catequese
Quinto Zili
790
Elo com Deus: Páscoa
Elo com Deus: Páscoa
Doce olhar de Jesus.
Nos confunde. Tanto poder e tanta verdade. Tanto amor e nenhuma vaidade. Tanta vida e viveu tão pouco entre nós.
Quando veio o tempo parou. A natureza mãe se fez de palco para sua passagem e o céu deve ter ficado mais iluminado por trinta e três anos seguidos. Era muita energia concentrada num só corpo.
Imaginar que um espírito pleno de luz se fez passar por gente como nós para que apenas iniciássemos nossa crença em algo realmente puro, maior e pleno. A fonte da própria luz divina veio até nós encurtando nosso esforço em descobri-la.
Até isso Deus permitiu acontecer para nós, seus pobres filhos, tivéssemos uma oportunidade entre tantas, porém, de sublime diferença.
O elo com Deus.
O Espírito da Verdade.
Jesus, a páscoa de todos os dias.
Graças a Deus.
Arte
Um pincel na mão
Uma talhadeira
Uma ideia em execução
Arte se tornando inteira
Uma poesia de toque
Uma canção melodiosa
O esculpir sem retoque
Mesmo a arte religiosa
A alma transbordando
Dobrando a fronteira
Rompendo, ultrapassando
Sentidos em fogueira
Liberdade à arte
Comunhão espiritual
Todo mal à parte
Do veio do bem astral
Ousar-se pintar o sete
Quando Deus nos tem compaixão
O feio na arte não se repete
Pequeno registro da má inspiração
Pintura maior, o infinito do céu
Onde os outros mundos viram estrelas
Arte suprema por Deus ao pincel
Beleza sem fim, de podermos vê-las
856
Sorriso
Antipático um rosto
Outro, doce e afável
Uma cara agradável
Outra que só revela desgosto
Muitas são as faces
Nem sempre gentis
Talvez muitos disfarces
Angústias em perfis
Sorriso de aberto semblante
Nem sempre é alegria
Mas ainda assim alivia
A quem o olhar é desconcertante
Exercício de fazer melhorar
No rosto um sorriso leve plantar
O que custa o esforço de demonstrar
Pelo menos educação quando outro lhe fitar
Ainda notarás o benefício
Te tornarás mais bonito
Quem te olhar agradecerá tal resquício
Colherás do bem com teu suave fito
Quinto Zili
484
Poesia
Leve poesia
Me leva
Me alivia
Me eleva
Feito cometa que o céu risca
Arrisca minha alma dura
Me apura, me revista
Depura essa dor que me fura
Romanceia minha vida
Muda meu veio
Me torna atrevida
Afaga meu seio
Alegra minha tristeza
Poesia riqueza
Atravessa o espaço
Me traz um abraço
Quando chegar
Um dia o meu dia
É só me levar
Morrer também é poesia
G.M.
809
Meu teto em Brumadinho
A casa caiu
Foi levada
Lavada, tragada
Sumiu
Meu teto se foi
Construção desabou
Nada sobrou
Até morreu meu boi
E a plantação
Tudo findou
A lama desolou
Me resta a renovação
Mas, de mim, onde estou
O pesadelo é real
Meu corpo também passou
Acho que estou em outro astral
Está difícil entender
O que devo fazer
Me socorre meu Deus
E a todos os meus
Não sou coitadinho
Não vale assim me ter
E meu teto em Brumadinho
Esse nunca mais irei ver
Quinto Zili
Boechat
Boechat
Calou-se um certo gênio
A voz sincera, da honestidade já
Não mais ouviremos o generoso Eugênio
Mais conhecido como Ricardo Boechat
Muito jovem se vai o querido moço
Jornalista de primeira linha
Da verdade não largava o osso
Radialismo perde o que melhor se tinha
Foi do céu que ele caiu
Triste história que se viu
Fez sua própria notícia
News essa que queríamos fake, fictícia
Terrível essa fatalidade que nos trava
Voz crítica, bonita e uma risada boa
Um esgrimista da palavra
Ele nunca a usava à toa
Se foi Boechat um artista querido
Fácil admirá-lo e acompanhá-lo
Fará toda a falta, crítico destemido
Verdade será sua marca sempre; a guiá-lo
Até logo amigo!
Quinto Zili
Sopa
Coloqueis tudo na receita
Abundantes ingredientes
Poção de saúde perfeita
Pitadas de vontade apetecentes
Esse prato será completo sabor
Cozido no fogão do amor
O jeito de cozinhar é marca
Cada qual tem um estilo e um enredo
Mas pedis por uma sopa farta
Vais ver que a emulsão tem segredo
E cada parte da feitura
Toma aspectos de entrega pura
Democrata é a sopa, irreverente
Qualquer acepipe fresco ou bem maduro
Viram quentura de um sabor final diferente
Umas suaves, outras com toque e aroma puro
Faz-se o blend preferido ou um bem requintado
E sopa com pão é essencial, mais queijo ralado
No imo desses versos, que importa é o efeito
Mata uma fome e sacia um desejo
Rega uma reunião familiar num alimentar perfeito
Sopa une tudo, ingredientes, calor, para tomar de beijo
Quem faz, quem come ou toma, ninguém rejeita
Quente ou fria, parece mesmo de amor ser feita
Quinto Zili
461
Água
A sede que mata e que desata, prostra e desidrata.
Como a fome que também assoma o homem e consome quase a alma, seca o abdômen e encolhe o ser que a tome.
Água da boa, pura e limpa, da melhor fonte que se esconde no mato e montanha, e brota sem receio de matar a que nos mata, essa sede ingrata e tamanha.
Bica, mina que vira veio, que vira regato, riacho, cascata e rio até chegar num oceano. Água, que sem nenhum plano, conhece todos os caminhos, serve a todos ninhos, até encontrar alguém que a sorva e se alimente, que é líquido do bem até na enchente.
Deus não esqueceu de nada neste planeta e nem a água abundante para tudo e para todos, o mais precioso bem material. Ela é o fluido da vida carnal como o amor o é da vida espiritual. Como todos os fluidos da vida, a água se une ao cosmo, ao fluido universal.
Água que, se da mão à boca se evapora, virando a chuva que retorna à Terra e colabora, inunda, também mata e arrebata. Reajusta o equilíbrio e os ecossistemas que o homem vem tratando de desajustar há muita data.
Comparar a água ao conhecimento e se terá a compreensão. Ela sempre aparece e brota num canto e varre tudo em aluvião. Percorre todos os caminhos até se encontrar num oceano caudal, que é pura convergência do conhecimento atemporal.
Quinto Zili
511
Fama
Que não sou famoso, preciso ser esperto, de levar fama e ganhar cama.
Pois cama, leva o famoso lhe deitar, dela acaba sem levantar, quiçá na lama.
Quero só a cama. Dela apear após dormir.
E fama?
Não…desperto, bem esperto, de pé, sem lama.
Não…quero só o simples, quero meu filtro de barro, de água fresca bem farto… e luz amarela a lumiar meu quarto.
Quinto Zili
784 b
Correr
Hábito que cura
Descende do caminhar
Excede mais de um limiar
Tem mais pegadura
Há que se ter preparo
Constância e persistência
Desistir não é raro
Sucumbir é má experiência
Correr é viciante e traz hormônios do bem
Bichinho te fisga constante e além
Quem começa dificilmente para mais
Começa uma relação de bem estar aliás
O peso, inimigo maior; cuidado
Se forçar sem adequar é sinistro
Dieta adequada, bom sono, melhor aliado
Qualquer problema vascular deve-se buscar registro
Há que ser meio, não fim
Competições desnecessárias, mas estimulam sim
O que mais importa mesmo é que correr te melhora
Alivio ao espírito e respeito ao corpo como nunca outrora
Quinto Zili
441
Começo
Iniciar e quebrar toda inércia
Ponte a ser construída
Pensando em sair do fim que começa
E tudo espantar que te impeça a saída
Bloqueios de vida, quem para, se entorpece
Se for só intervalo cuidar que não dure
Recomeça o trabalho que te enobrece
O tempo não para, melhor te apure
O duro começo em tudo é difícil
Mas busca coragem, desejo e vontade
Não se atrapalhe, começa no ceitil
O primeiro passo é quase a metade
Ouvir o chamado é de bom alvitre
Não pense que algum dia esteve sozinho
Há sempre um amigo, não recalcitre
No enlevo de ser pioneiro mesquinho
Para o início se dar, se coloque humilde
És engrenagem do todo e não podes falhar
Postura de trabalho só terás se te lides
A ele se entregar, se forjar para amar
Começar é amar. Trabalhar com Jesus.
O chamado é Dele, que te conduz
Quinto Zili
173
Alimento
A gente caçava para comer
E se defendia para não virar comida
Não era fácil sobreviver
Pois tudo era risco em torno da vida
Bem antes do fogo, a vida era dura
Inverno se morria de frio e de fome
Caverna era única morada segura
E o verão era mais suportável ao homem
Sentimentos eram ainda porto incerto
Alimentos, a batalhar todo dia
Não se contava com amigos por perto
Tudo era busca, tudo utopia
O espírito demorou a ser imaginado
E o alimento era mesmo para o corpo material
Demorou o homem a se ver do outro lado
Mas era puro, consciência construindo o ideal
Hoje temos o alimento sobre a mesa
Podemos comer voltados à saúde
Para o espírito já temos nova certeza
O alimento é a moral, amor a virtude
Quinto Zili
138
Tempo
Galhardia de um ser
Coragem de viver
A fagulha do dever
Aponta o rumo do querer
Não ter impulso
Fraco o pulso
Inacabada obra legada
Fato e memória roubada
Se deixou para trás
Se quis roubar o tempo
Volúpia do antrax
Pouquidade e traição
Com Deus e nosso Mestre atento
Assim se fez o turbilhão
A.Q.
648
Ego
Assim se houve
Acontecido
Trágico e entorpecido
A quem o mal se aprouve
Outras vidas como aconteceu
Se veio à luta
Para uma prova ininterrupta
Tentames funestos no que se deu
Sensações estranhas
Um ego denegado
Exação nas entranhas
Ah! que dificuldade
Viés escancarado
Minh’alma em tempestade
A.Q.
650
Até o último homem
Até o último homem
(“Hacksaw Ridge”)
Ver esta película forte
Nos expõe aos horrores da guerra
Imagens chocam e nos ferem à morte
A luta de seres, o mal que lhes encerra
Mas havia um soldado, Desmond Thomas Doss
Cuja fé levou como única arma, a que não falha
Missionário naquele momento atroz
Resgatou seus pares e até inimigos na batalha
Uma história do bem contra o mal
Como estar numa guerra esquecendo o egoísmo
Como fazer caridade em meio a condição brutal
Servindo a Deus no pior cenário, no fogo o batismo
Uma bela narrativa, que ali se viu real
Parabéns ao diretor mesmo pelas imagens de choque
Melhorou Mel Gibson, adoçou o mal
Mostrou o bem em ação, até o fuzil de reboque
Não vi o filme pela guerra, é evidente
Vi o exemplo de um ser e a caridade em ação
Passo mal só de ver arma, quanto mais tê-la na mão
Vi a vida em tantos conflitos da humana mente
Há bons filmes, mesmo os sobre guerras
Frentes de batalha e horror
Qual nosso dia a dia em qualquer terra
Mas há amor e fé, que sempre aliviam a dor
Quinto Zili
770
Sorte II
Prêmio à dedicação
Como também a dirão
Sopro de Deus na vida tua
Como que mais
Ungido pela Lua
Ajuda mágica ademais
Sorte pode ser tudo
Até falta de azar
Mas o que mesmo é
Na real, só o colher do plantar
Colheitas desta vida
De vidas passadas
Refletem a ação
Na forma da reação
Sorte não é algo a mais
Pois nada é por acaso
Experimenta começar a fazer só o bem
Muito menos mal sofrerás também
Sorte não é luxo
Loteria não é sorte
Pode até ser infortúnio
Espreita do lobo em plenilúnio
Queira estar sempre em sintonia
Pense na sorte de havermos Jesus conosco
Nosso planeta Terra ainda em distonia
Esse sim, sem Ele, um universo tosco
Quinto Zili
521
Reclamação
Não queria de um jeito
Nem de outro tampouco
Só reclamou do feito
Parecia um louco
Tanto exigiu; se refez
Quem entregou se esmerou
Ainda assim se frustrou
Não satisfez o freguês
Tanta reclamação
Exagero do cliente
Virou insatisfação
Frustração do atendente
Ficou incompleta
Relação inconclusa
Vida, dessa situação repleta
Muita exigência confusa
Vaidade, quase esbulho
Apogeus de orgulho
Distante humildade
Exigente se perde em sua realidade
Mas esse é só um ponto de vista
Vai que alguém conteste tal tese achista
Dê razão à exigente reclamação
Coitado então do atendente desse balcão
Quinto Zili
764
Vagas
Não temos vagas para santo
O anúncio estava na porta do céu
Virou-se o ateu com cara de espanto
Estou na porta errada, mundo cruel
Quis chamar alguém acima
Mas não iria blasfemar como bom ateu
Sentiu um certo clima
Que alguém lhe ouvia, mesmo assim não creu
Não queria ser santo, só queria entrar
Mas porque o aviso justo a ele estranho
Abriu-se a porta e de puro espanto
Havia muitos amigos e nenhum santo
Amigos do bem a quem sempre respeitou
Parentes queridos, olhares generosos
Gente que o respeitava, a quem sempre cuidou
Mas nem o tal ser supremo, nem santos famosos
Todo bem que fez em vida o lado de lá já percebia
Sem saber porque mas sempre fez como amor
De repente tudo parou e a todos uma luz invadia
Ser superior surgiu trouxe a todos uma flor
O amigo recebeu uma especial das mãos daquele senhor
Nosso Pai te mandou receber a entrar e te dar este presente
Foste um filho exemplar e cuidou de muita dor
Ele viu lhe falavam de Deus, mesmo que foi irreverente
Quinto Zili
201
Ruas
Foram de barro
De pedras
Depois asfaltos
Hoje o chão dos autos
Das infâncias lembranças
Peladas com bolas de pano
Descalços éramos liberdade
Pés nas ruas sem vaidade
Hoje corremos
Maratonas fazemos
Por esporte ou trabalho
Ruas cheias de atalho
A vida elas cortam
Enchentes as devoram
No calor almas as repletam
No frio viva alma as secretam
Nosso irmão maior Jesus as usava
Por onde andou, ruas por onde orava
Pregava ao mundo enquanto nelas
Ruas e vielas foram seus templos e portelas
Nada a negá-las
As ruas são belas
O povo enriquece esses caminhos
A vida faz delas seus grandes ninhos
C.A.
710
Pão
Que nunca nos falte
E a ninguém se negue
Que cada um se fortaleça
E o pão da vida lhe abasteça
Fome nos consome
Injustiça entre os homens
Aqueles que privam seus irmãos
Se corrompem pelas mentes e mãos
O administrador que falha
O trabalhador que atrapalha
Um manda errado
O outro a tarefa deixa de lado
Todos querem o pão
Por vezes até enlouquecem
Lutar todo o dia sem amor no coração
Ferir as leis do Pai lhes acontecem
Sem plantio do trigo não haverá pão
Sem moral elevada não há plantação
Que colheita se espera
Escassez na nova era
Nem o pão do trigo
Nem o pão da alma, o abrigo
Sem Jesus no coração
Misericórdia divina será só provação
Quinto Zili
715
Fome
Alguma comida sempre tem
Por caridade se consegue
A fome aplacada num vintém
Bucho vazio não prossegue
Difícil matar essa fome
Quando vem do coração
A cabeça vira estômago sem pão
Alma que não dorme
O sono engana a noite
Corpo vira zumbi
Fome de amor é açoite
Sem paz se pode sucumbir
O alimento é o rogo atendido
Com bom tempero a esperança cresce
Daí vem de Jesus o cozido
Servido no prato da prece
Cada qual pede o que precisa
Mas se sabe o que Deus provê em amor
Se for prova, coragem e a utiliza
Se for alívio, agradece o passar da dor
Quinto Zili
732
CEIA
Hoje é dia de véspera com ceia natalina
Quando o dia brilha e a noite se ilumina
Que assim feitos nos mostram de onde vem a luz
Senão de quem, do maior, de Maria o Filho Jesus
Eis que nos emocionamos muito
Queremos ser diferentes, mesmo que só no intuito
Daquela cruz temos pouco conhecimento
Jesus nos mostrou o amor em puro ensinamento
Que Ser foi Aquele, iluminado
O Filho maior do Pai maior
Sua festa amanhã, o dia mais esperado
Ele Jesus no entanto nos lembra diariamente
Natal tem que ser o dia a dia melhor
O bem conduzindo ao amor, o verdadeiro presente
Quinto Zili
Controle
Quem controla a Natureza
Um único Deus, na leveza e beleza
Não o homem carnal
Nem o homem espiritual
Em verdade abusamos
Nos descontrolamos
O supérfluo se tornou essência
Até o mau uso se faz da ciência
Ilusão de termos o controlar
Enquanto o caos emerge do nada
Um dia o caldo pode entornar
Tragédias sem hora marcada
Daí nos surpreendemos
A Natureza culpamos
Do todo pouco entendemos
O gosto da vida às vezes nem provamos
É o aprendizado no limite
O Pai e o Mestre nos aguardando
Enquanto a Natureza nos permite
Ousarmos destruí-la, mesmo ela nos educando
Quinto Zili
748
Esperânsia
Sem como encontrar
Não tem no dicionário
Não carece procurar
Falta no vocabulário
Teria um amplo significado
Esperânsia uniria esperançosos e aflitos
Os que velam pelo esperado
E os ansiosos convictos
Sim, quem de nós não é assim
Digamos que a maioria
Ansiedade complica enfim
Só esperança, de todo, não traz alforria
Não se critique a esperança
Que muita vez é crença e fé
Melhor quando estimula confiança
Que só o trabalho traz sem dar ré
Ânsia ou ansiedade
Quando nelas se opera
Traduzem angústia ou até vaidade
Humildade, combate a depressão que desespera
O humilde, leia-se, não o pobre
Aquele que trabalha sendo eterno aprendiz
Não o faz só pelo soldo, que não falta ao nobre
Sim, entende o valor do fazer e sabe ser feliz
Quinto Zili
749
Sorrir
Alegrando o dia
Logo cedo
Sem apatia
Sem medo
Temer o quê
Se podes sorrir quando quiser
Sofrer porque
Se a vida é o que dela fizer
Tristeza bate de surpresa
Alegria foge, simula pobreza
Um sorriso espanta a aspereza
Questão de segundos volta a beleza
É a roda gigante brinquedo
A gangorra da vida à mão
Embaixo se passa segurança sem visão
Por cima é vislumbre, excitação e medo
Sorrir é mais fácil que chorar
Menos músculos na face a usar
Melhor chorar de alegria
Mas sorrir é o que mais contagia
Quinto Zili
547
Outros
Alguém pede esmola
Tu pedes ajuda, implora
Vem por qualquer lado
Parecem chamado velado
Teia da caridade
Como funciona de verdade
Um ao outro ajuda oferece
Na tua vez , te emudece
Outros é ampla figura
Tu e eu, claro, o somos
Ao Pai, outros é filiação segura
Misericórdia suprema, aceita o que somos
Tratar irmãos como outros é pouco
Gritar contra isso até ficar rouco
Amor é dosagem de remédio ou placebo
Para tu que doas e para mim que recebo
Caridade não exige d’outros se mostre a face
Não tem cara nem idade quem doa
É casamento do bem sem enlace
É amor que move a popa ou vem de proa
Quinto Zili
735
Rápido
Vejo teus olhos
Percorrerem essas letras
Correndo o papel
Muito rápido
Sem perder tempo
Estressa à toa
Escoa
Como água
Cascata do assimilar
Com pressa
À beça
Para que
Correr tanto
Vivemos tanto quanto o cágado
Cem anos, por aí
E o homem
Não mais que quarenta mil anos existe
Inteligência quando surgiu
Muito rápido
Nossa vida
Corrida
Para que
Deus não tem pressa
Mas é tão rápido quanto não podemos imaginar
Natureza nunca se apressa
O bem ajuda o amor a qualquer um conquistar
Caridade é a única necessidade
Compaixão a principal urgência
O amor a máxima qualidade
E o mal é rápido, na sua própria demência
Quinto Zili
570
Terras
Chão de pisar
Por onde ando
Terra de plantar
Colheitando
Ciclo de vida
Plantar, colher
Terra servida
Nos dá de comer
Terra não é propriedade
Deus não nomeou tabelião
Nada nosso, nem metade
Documentos não vão no caixão
Toda terra é de Deus
Natureza é dádiva maior
Retiras dela o sustento dos teus
Tuas cinzas a adubarão melhor
Destruir o orbe como o homem faz
Esquecendo de quem é a real propriedade
Talvez um dia seja capaz
Compreender seu papel aqui, pura necessidade
Quinto Zili
278
Máscaras
Não sendo carnaval
Porque usar todo dia
Cara lavada não faz mal
Ou sinceridade é utopia
Nós humanos da Terra
Raça da inteligência
Supremacia em si encerra
Tememos o confronto na essência
Ser claro e despojado
Mostrar semblante altero
Orgulho é redobrado
O medo mais sincero
Somos dúvida pura
De tudo e todos duvidamos
Orgulho é tese segura
Abrange tudo que pensamos
Sem máscaras seria razoável
Alvitre e aceitação sem vaidade
Impera no entanto o insondável
O achar superior, distinta humildade
Quinto Zili
274
Quem ama não reclama
Amar é para os fortes
Tempestades irão nos abater
Olhar de quem ama sem recortes
Pensar desses seres, eterno viver
Todo dia, novas sendas
Novos ramos, nossa árvore a crescer
Natureza abrindo e criando fendas
A nos dar condição de perceber
Inseguro mas tendo amor
Temeroso e seguindo a luz
Sofrendo de qualquer dor
Mas confiante em nosso Jesus
Percebes que não falo a reclamar
Não te pegues a resmungar
Todos os dias se pode sofrer e lutar
Pois dessa vinha que vem o aliviar
Por fim querido irmão
Não se deixe levar debalde
Tome o amor deste refrão
Não se torne sua própria fraude
Quinto Zili
110
Ânimo
Fonte
Bica
Inspiração
Vibrante
Rica
Aspiração
Respirando
Inalando
Pensando
Projetando
Animar a mente
Sentir o amor
Inspirar ardente
Exalar a dor
Melhor
O bem
O amor
Amém
284
Restrições
Nos modificam Alteram hábitos Nos retificam Mudam hálitos Se queres dar valor Privas o uso de uma mão Ao voltares no pleno labor É comum externares gratidão Sim é assim mesmo Perdes um órgão do corpo são Nunca mais ages a esmo Notas os diferentes, não mais os fita em vão Restrições são caroços na fruta doce É esmola do universo para tu, pedinte Luz que falta na caverna sem posse Cego no circo, só como ouvinte Se te faltas algo, apuras a percepção Humildade a te recolocar no eixo A inteligência a explorar intuição És filho de Deus tanto como o seixo 282
Teto
Relento
Sozinho
Ao vento
Entristecido
Esquecido
Desmerecido
Acolher este ser
Com ternura de filho
É seu irmão, seu dever
Apenas perdeu seu trilho
Um teto é tudo
Para quem não tem nada
Tua casa o deixou mudo
Observa a necessidade velada
Agradeças tu pela casa, teu teto
Nunca te faltou nada, nem abrigo
Divides o que podes com afeto
Deus nunca te pediu nada amigo
290
Mundo dos Unicórnios

Francesca , 9 anos
Culpa
Sentimentos de culpa
Ultrajam nossas almas
Que pena morrermos às vezes
Lamentamos sob palmas
Já fomos perversos
Espíritos ao bem reversos
Hoje estamos melhorados
Nos sentimos mais amados
Fomos algozes
Fomos vítimas
Hoje queremos ser bons e velozes
Fazer caridades legítimas
Calma com o andor
O barro desanda e dói
A vida se reconstrói
Nada justifica o temor
Umbral
Jesus nos inspire, guie, ilumine e proteja!
Calvário, expurgo, libertação
Tormenta, expiação e paga
Sofrer de homens, mulheres, crianças
Idosos esquecidos, aleijados, doentes
Universo em mutação e redenção
Notícias e aspectos da humanidade
Pensamentos em desalinho
Torpor e sono
Beleza morta
Discurso oco
Declarações espúrias
Não há rima neste contexto
Não há sinal de união
O umbral é aqui mesmo
O céu é tela pintada da imaginação
Deus tenha piedade de nós
150
DRUMMOND
“ Para a virtude da discrição, ou de modo geral qualquer virtude, aparecer em seu fulgor, é necessário que faltemos à sua prática. “
Carlos Drummond de Andrade
DRUMMOND
Ele entrou na casa da poesia.
Entrou. Lá viveu e se trancou.
De lá saiu só para ir de vez. Embora.
Deve ter levado a chave ou a jogado fora.
Ou só contou o segredo a uns poucos amigos, outros poetas.
Aqueles que entendiam melhor os seus escritos, escritores atletas.
Que de pronto, sem inveja, com bondade , o viam sem vaidade.
Escrever o amor como ele o fez, desde o cheiro dessa brisa, só quem contemporiza, do mal não se utiliza.
Em sua homenagem e à sua poesia, quem tenta este caminho, tem uma certeza, não haverá outro igual, com o verbo descomunal, pai da escrita, o senhor da letra.
Quinto Zili
Eleições
Eleições
Não são eleições que mudam nossas vidas
Nossas vidas que mudam eleições
Somos políticos em essência
Ainda fazemos política sem excelência
Povos precisam de líderes
Vez por outra eles aparecem
Eleições podem trazê-los
Mas eles surgem, vem de sê-los
Votar é arte linda
Aceitar o voto do outro mais ainda
Sufrágios no bem
O eleito também
Não te queixes de quem o povo elege
Tu és povo e podes também fazer mais
Tua nação é você antes de tudo
Teu voto nunca será grito mudo
Moral elevada prescinde eleições
Evolução espiritual da mesma forma
Humildade de um verdadeiro líder
Amor maior, sem condições, retorna
Nosso Governador excelso, que a Terra conduz
Não de eleições, nem de partido precisou
Chegou lá, Quem a Deus Se provou
Sem candidato assim para votar, no comando, Jesus
Educar
Tarefa da mais antiga
Educar a si mesmo
Aos filhos nossos
Aos filhos do próximo
Professor sim educa
Ensina as lições das matérias
E os pais, as lições da moral
Sem quadro negro; pelos exemplos como tal
Educação é progresso
Avesso da perdição
No contexto da Terra
O que não falta em profusão
Esquecer o educar
Como faltar água à sêde do amor
Alimento do espírito pensante
Embrutecer da alma no exilio ignorante
Sofrimento para educar, se faltar o amor
Alento para quem consegue se dedicar
O ser que pede esse alimento
É seu irmão, não lhe negue tal provento
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Professor
Almas dedicadas
Protetoras em Terra
Em a Natureza associadas
Das sementes que cada um encerra
São os semeadores, eles e elas
Nossas madrinhas do alfabeto
Como fadas, muitas, de tão belas
Que tudo ensinam em qualquer dialeto
Professoras, eles e elas até em reveses
Nas nossas infâncias nos conduziam
Foram mães uma, duas, ene vezes
Tomaram a si filhos que não conheciam
Pastoras, pastores de verdade
Das ovelhas em toda parte
Dos primários em infâncias às faculdades
Nos conduziram com fé nessa arte
De tudo nos ensinaram
A todos inspiraram
Transformaram frio da ignorância no calor do saber
Deram, se nos faltava à casa, o amor a nosso ser
683
Temperos
Fortes ou suaves
Doces, apimentados
Alteram os sabores
Pratos requintados
Nem sempre os temperos ajudam
Mas sempre alteram o paladar
Fornecem o que o gosto mudam
Temperam o sonso, melhoram o degustar
Na vida conhecemos bons temperos
Paciência, gentileza, doçura e amor
Ingredientes bons de esmeros
Aos chefes gourmets, comida de muito sabor
Há porém quem tempere às avessas
Muita pimenta, intensidade e muito sal
Quem não tem mão boa para dosar
Cria os pratos do relacionar pelo mal
Quem prova o tempero do amor não quer outro prato
Só olhar sentimos o paladar do tempero de fino trato
Atestar o sabor deste pasto, sorver o amor é de fato
O melhor tempero entre dois , o ideal de um bom contrato
265
Estrutura
O prédio não cair
A viga não desabar
O teto a cobrir
Estrutura sobrestar
A mão que executou
O intelecto que projetou
A força que trabalhou
A estrutura suportou
Complexas ou simples
Elas moldam no suporte
Em argilas, sem requintes
Mais profundo o corte
No cerne do espírito em evolução
Na própria carne que o está a conduzir
Temos o projeto do Pai em ação
Única estrutura híbrida a existir
Tudo que existe tem sua estrutura
A Mãe Natureza, arquiteta suprema
Que nos permite haver sem ruptura
Alicerce da vida, estrutura extrema
262
Volta
Quando partir
A vida também irá
O corpo ficará
Sensações, tudo mais findará
Assim pensava
Chorava de pesar
Tristeza a me amparar
Contrito rogava
Onde fui parar
Que lugar é esse
Não há céu
Me cobre denso véu
Sim a vida está comigo
Mas faltam os sentidos
Meu Deus, onde vim parar
Só me resta orar
Foi assim a minha volta
Cá estou agora melhor, sem revolta
Ainda cego, mas vivo, aqui estou
É o espírito de mim que me restou
Acho que ainda vou melhorar
Mas ainda não vejo onde cheguei
Ouço tudo e pouco sinto ainda
Deve ser a volta a anunciar nova vinda
512
Prece do caído
Contigo me deito
Contigo me levanto
Mestre divino e perfeito
Acolhe por amor esse meu pranto
Me sinto caído
Doído, sofrido
Me ajuda a reerguer
Mais uma vez reviver
Sei de minha culpa
Falhei feio de novo
Nem sei se mereço
De ti este apreço
Na carne falhamos
Ainda que lá buscamos
Livramento de pecados
De nossos erros gravados
Expiação e restrição
Falhar e refazer
Mestre me ajuda a compreensão
Que é meu este dever
Eu sei que consigo crescer
Mesmo neste sofrer que eu mesmo me fiz merecer
Rogo de novo que renove sempre o meu querer
A cada dia um pouco mais; Pai me faz assim crer
638
Passado
Paixões fazem borboletas no plexo
Medo, dor de barriga
O amor uma entrega que abriga
A compaixão, algo mais complexo
O corpo vestindo o espírito imaterial
Reage a tudo e a todos
Auras se entrelaçam em bodas
Num artesanato divino surreal
Vida é pureza e simplicidade
Da natureza recebemos o amar
Mas complicado é nosso pensar
Querer de dominar, total ansiedade
Passado se esconde das atuais jornadas
Bendito o véu do olvidamento
Lembramos apenas de algum sentimento
Insuportável seria conhecer vidas passadas
Busquemos o bem afinal de contas
Este será maior hoje e amanhã com certeza
Levemos nossas vidas hoje com mais leveza
Aos males do passado, resgates às montas
577
Clarear, 644
Clarear
Na cabeça a inspiração
Um lampejo
Desde lá do Tejo
Como nova iluminação
Reverente o ser
Que reluz mesmo morto
Não está mais absorto
Ver e sentir seu renascer
Tralhas ficaram para trás
Os porquês se deslindaram
Poder da mente se refaz
O passado se foi para marcar
As paisagens se aclararam
O presente já não é mais só recordar
A. Q.
Fluxo, 643
Fluxo
Do corpo carne
Ao espírito alma
Tudo flui em calma
Nada em alarme
Do nada ao tudo
O olho que não vê
Como mal se crê
O pó da vida mudo
Cabe no meu entender
Foge de meu crer
A luz agora é jasmim
Foi o bálsamo do devir
Aquilo que se foi a sentir
Quando alguém ouviu a mim
A. Q.
Namorados, 556
Arte por Francesca, 8 anos

Namorados
A figura de pombinhos aos pares
De corações entrelaçados
Alianças de bodas nos lares
Tons vermelhos abençoados
Imaginário estimulante
À guisa de cerimonial
Corpos desejantes
Espíritos em comunhão passional
Os namorados
E os enamorados também
Elos quase intocados
Parecem que vem do além
Às vezes só paixões
Bom quando transmutam em amor
Do sexo passam pela dor
No fim o amor doma corações
O fogo dos namorados
Fervor dos amantes afora
Resignação dos denegados
Amor que venceu o depois sem se perder no agora
Quinto Zili
