O hábito mais antigo Ancestral Fundamental como buscar abrigo Comer é essencial Para viver Sobreviver Sem comilança Sem entupir a pança Para uns chega beirar o vício Exageros em tudo e nos temperos Engordam e viram um suplício Não comer, quase desesperos Há também a fome Endêmica ainda no planeta Terra Flagelos e doenças nos consomem Sem o básico do comer, onde a vida emperra No muito e no pouco Comer é como respirar Desde o são como no louco O corpo carne precisa se sustentar Ainda resta entender como a alma se alimenta É certo que é à base de outro tipo de pão No bem só o amor é suficiente e nos sustenta No mal, o comer, é como um saciar em vão 1085
Poesias Espíritas
CRIANÇA
Há tantas dentro da gente Brincadeiras muitas na mente Nunca perdemos a infância Fase criança da ingênua ignorância Já que vivemos muitas vezes Em cada vida fomos criança Repetimos muitos revezes Em todas elas recebemos tolerância Na vida presente Só recordamos o gozo recente Tudo é benção de Deus provedor O esquecer ao reencarnar é obra do Protetor Criança é todo dia o ser mental Do bebê ao idoso terminal Mormente no espírito sem veste carnal Somos criança no campo evolucional Estamos em aprendizagem Mas temos quilometragem É complexo entendermos como se avança Como nosso espírito um dia deixará de ser criança Na trabalhosa escola do amor Como o mestre Jesus vem ensinando Esse aprender na alegria e na dor Nossa dificuldade do ser caminhando 1067
Falar
Desenrolando a língua Deixando o silêncio à mingua O que importa é falar Num canto não se isolar Mas não é para todos sabemos Falantes sermos, nós tímidos queremos Ajudas são possíveis Autoestima em baixos níveis Confiar que pode, só não basta Até a mente parece que se arrasta Somos talvez orgulhosos Perfeccionistas e teimosos Não vemos no entanto vantagem Pensamos demais, mas nos falta coragem O medo de errar e se expor Máscara da timidez causando pavor Temível contra si próprio Tímidos preferem o colóquio Me incluo nessa fielmente Qual a saída finalmente Tendo lido e estudado muito aliás É mesmo o orgulho que está por trás Também tem a ver com excesso de vaidade Solução pode crer, aprender a humildade 1187
Poder
Dinheiro ou poder Nunca soubemos bem O mais que o homem tem no querer A menos que já o saiba alguém Tanto faria contestar Fossem o amor e o bem Isso sabemos avaliar Nem perguntar a ninguém Por que o abismo Quanto egoísmo Falta ao homem O mínimo altruísmo Enquanto não aprendemos Nos consumimos insanamente Febre atinge até a alma O poder, parece, ninguém o acalma Só duas coisas frustram o poder Necessidade e sofrimento Um dia para todos isso vai acontecer Para cada um no seu momento 538
Vida
Nas lacunas que me meço Feito passo dado em falso Tempo mostra o meu acesso Arquivo em meu encalço Não aprendi ainda a olhar Para o passado que fiz construído Mas me pego às vezes a imaginar Quem já fui e com quem estive envolvido Graças a Deus não temos a lembrança Quem já fui, padre ou inquisidor Hoje sou tudo de longa herança E nada também, agradeço ao Senhor Mas vê comigo em gesto de humildade Para acessarmos o HD do imenso trajeto Bem aventurados quem tem no coração só bondade Quem percebe que a vida é assim grande projeto Ficar em paz agora e sempre Lutar por dia no que vem bem dosado Aceitar bendita a tarefa do ventre Porque sempre parimos nosso próprio legado Amém
133
Amanhã, …2022
Ontem morri Quase nem senti Foi como sonhar E só não acordar A vela apagou Tudo se fechou A cortina cerrou E o ar acabou Veio uma aflição rápida Que logo passou Quando abri meus olhos Vi que um amanhã chegou Que amanhã diferente Sem café com leite Nem mesa aparente Só trabalho como deleite Aqui se passa de outro jeito Não vejo enganar Não vejo defeito Só tudo aguardar Até amanhã irmão! Até o ano que vem? 225
Sofrimentos
Pois deles fugimos Testamos afastamentos Mal reagimos Não queremos tais elementos Os que sofrem são bem-aventurados Deles será o reino dos céus Difícil entendermos os sinais trocados Enfrentar nossas cruzes nos descerram os véus É superior o entendimento Discernir entre o bom e o mau momento São caminhos para nossos crescimentos Se entendermos os porquês dos sofrimentos 1319
Assim seja
Pois que tudo existe O pensamento alegre ou triste A chama que o tome O frio que o apaga e dorme Todo o mal que desacelera A vaga que já não opera A nuvem que traz o bem A vida desde a semente donde provêm Causa e efeito Descaso e proveito Mérito e lutas Paz e disputas Tudo enfim se consome Tudo se renova onde quer esteja Como o amor é ínsito ao homem Como o bem sempre vencerá, assim seja 1253
Amor
vamos falar de amor do sentimento mais lindo sempre há o que se propor com ele à frente o mal será findo é no dia a dia quando ele tem mais valia se o usássemos na plenitude a humanidade seria plena virtude e por que não fazermos cada um sua parte a mente se guiar pelo coração inteligência é amor com arte 1677
Bom caminho
Guiados pela luz Na senda correta Aquela que conduz Ao encontro de Jesus Se religião ou não Vida nos mostra Entre provas e expiação Há muito amor na terrena crosta Ninguém porém anda sozinho Há muito, além da visão material A cada um se abre o bom caminho Ao se entender o existir da vida espiritual 1283
Aqui
Qual a dúvida então
Do lugar onde se encontra
Não haverá do aqui questão
Se soubesses do passado a monta
É sim fácil de entender
Talvez difícil de se conviver
Reencarnar traz o véu do esquecer
A oportunidade dos erros rever
Aqui é o lugar
Correto e exato
Não há do que duvidar
Ninguém está onde não devia de fato
1308
Carta
Deixei a carta
Na cômoda
A despedida
Incômoda
Era um adeus
Sem volta
Sem nunca mais
Minha revolta
Foi difícil entender
Depois de muito sofrer
O que se deu após
Quanto tempo, que fiquei a sós
Uma vida não cabe numa carta
Nem despedidas
Extremas medidas
Para que errado se parta
Maior erro de alguém
Contra a própria vida atentar
É duro e só se percebe no além
Nada muda, morrer do corpo não vai aliviar
1126
Mundo
O quanto conhecemos
O quanto saibamos
Por mais que imaginemos
Por mais que queiramos
O que nos é dado saber
Não só para nos entreter
Pois se há um infinito ao olhar o céu
Não há imaginação a desvendar esse véu
Há um infinito a se descobrir
Há vários mundos a se procurar
Não parece só um universo a existir
As muitas moradas do Pai a se habitar
Incontestável nossa pequenez
Se a Terra é um grão de poeira nas galáxias
O que cada ser de nós será por sua vez
Nossas relativas importâncias parecem falácias
Só há uma explicação para tudo isso
Um Deus único que rege tudo por amor
Vivemos ainda na ignorância em rebuliço
Cada um em seu mundo e com sua dor
1093
Medos
Temos nossos medos
Sim, são demasiados
Nos escorrem pelos dedos
Ficamos apavorados
Alguns nem se justificam
Outros nos mortificam
Até os sem causa aparente
Surgem de forma eloquente
Vem do inconsciente
Temos traumas dormentes
Freud ajudou destrinchando a mente
E há medos na alma muito potentes
Sempre existe uma causa raiz
É lei maior já há tanto explicada
Medos consomem o tempo e tem força motriz
Muitos vem de mais de uma vida passada
Só temos um exemplo de alma sem medos
A do filho de Deus Pai de toda luz
Nos ensinou tudo sem guardar segredos
Amor, perdão e caridade do nosso Irmão Jesus
1090
Vinho
O mosto vivo
Alma de uma fruta
Elemento ativo
Com ele se saluta
Embriaga no exagero
Apura no tempero
Amarga se estraga
Se aproveita se vinagra
Vinho é vida
Sangue de Cristo
Metáfora entendida
Ensinamento vivo do Mestre Jesus
É o Evangelho revisto
O vinho é como o sofrer até a luz
Quinto Zili
1104
Meio
Francesca, June_2020
Sem ter o início
Não se tem o meio
Para se ter o fim
O meio é o veio
O meio é agora
Essa meia hora
O minuto dentro dela
O que o instante revela
Se o fim não justifica o meio
Mas se o meio justifica o fim
Entre nós, cada um assume a que veio
Amando o próximo, como a si mesmo enfim
Quinto Zili
1268
Faz sentido
Porque estamos assim
Tudo parecendo o fim
O mundo quase parando
Muita gente morrendo
Porque tudo isso agora acontece
Por mais que se rogue em prece
A vida para muitos perdendo o sentido
O mundo em momento perdido e sofrido
Haveremos de entender
As prerrogativas divinas
Nos caberá compreender
Porque nascendo novas rotinas
Uma verdadeira guinada
Retomada para a real jornada
Talvez uma última oportunidade
De se resolver nossa humanidade
Deus não impõe e nem quer a morte
Nem a vida é uma questão de sorte
Faz sentido o que está acontecendo
Um vírus; o Pai nos arrebanhando
Quinto Zili
1238
Avião Brasil
2020 bem se iniciava
Decolava o avião
Quase 210 milhões a bordo
Chegamos a sair do chão
Seria uma boa viagem
Pouca emoção nem vertigem
Eis que algo acontece
Uma tormenta do nada aparece
O Avião Brasil acusa pane rapidamente
Tempestade deixa a tripulação doente
Quase em velocidade de arremeter
Termina o avião no solo em arrastado sofrer
O Brasil parou de repente
Por Deus não morreu tanta gente
Pelo desastre que foi sofrido
Só restará outro avião a ser construído
Parábolas à parte
Metáforas intrigantes
Um vírus caindo aviões com arte
E um futuro melhor modificará o dantes
Quinto Zili
1206
Poucos
Na bondade
No bom coração
Na boa intenção
Na caridade
São poucos
Contam-se
Tidos como loucos
Doam-se
Caminha a humanidade
Pelos vícios à larga porta
Longe da porta estreita da humildade
Moral ainda torta
Mas chegaremos lá um dia
Como parecendo alquimia
Não necessários muitos tiros
Só a eficiência de um bom vírus
Quinto Zili
1192
Vírus
Ainda que do mal pareça
Tem seu lugar devido
Na natureza nada que aconteça
Foge do divino ideal perseguido
Um vírus não é diferente
Mutações são evoluções
Os seres em adaptações
Seguem padrão exigente
Os porquês são infinitos
Não entendemos a dinâmica ínsita
É mister de superiores conflitos
São ajustes da balança intrínseca
E tudo se dá para o bem
Nada disso é obra do mal
A colheita não libera ninguém
Vírus é meio, não o vilão letal
Os vírus nos corpos materiais
Morrem por anticorpos ou antivirais
Os vírus da alma de nós mortais
Não se curam com antialmas, só com reformas morais
Quinto Zili
1185
Dinheiro
O que falta à muita gente Quase o lugar comum O quadro abrangente Às vezes sobra a outro ou um Dinheiro é essencial Para a maioria Nesta vida material O papel pintado da alegria Vindo do trabalho é conquista Justo e sem prejuízo de ninguém E porque Jesus não o põe no topo da lista Sua fortuna é o amor, não o valor do vintém Dinheiro não traz felicidade Nem a compra, nem dela nos aproxima Dar do que não sobra é prova de caridade E a sua grande falta, expiação que ensina Só é bom o dinheiro que circula Seu acúmulo é como água parada No fim dá bicho, mata e anula No plano espiritual não vale nada 1166
Bagagem
De acordo com a viagem
A distância a percorrer
O seguir de uma romagem
Até o tempo que vai fazer
Para onde se vai
De onde se sai
E tudo que influencia na viagem
Que determina o tamanho da bagagem
E há ainda que se pensar
Se o meio de transporte vai suportar
O peso e o volume podem ultrapassar
Não só a nossa bagagem a transportar
Como quando reencarnamos
Só embarcamos com o necessário na mala
Excesso de bagagem nunca pagamos
Foi o Pai que conferiu antes de fechá-la
No retorno, ao cabo de uma vida
Há o transporte na passagem do desencarne
Só caberá a mala que foi trazida
O bem feito alivia o peso; o mal trazido soa o alarme
Quinto Zili
1115
Querer
É vontade
É desejo
Na bondade
Ou no malfazejo
Como na margarida
Bem me quer
Mal me quer
Desprezada ou querida
Querer não é poder
Meu direito é limitado ao vosso
Só pode quem ama sem o querer
Como Jesus, irmão maior, o Filho do Pai Nosso
Quinto Zili
1105
Ceia
Hoje é dia de véspera com ceia natalina
Quando o dia brilha e a noite se ilumina
Que assim feitos nos mostram de onde vem a luz
Senão de quem, do maior, de Maria o Filho Jesus
Eis que nos emocionamos muito
Queremos ser diferentes, mesmo que só no intuito
Daquela cruz temos pouco conhecimento
Jesus nos mostrou o amor em puro ensinamento
Que Ser foi Aquele, iluminado
O Filho maior do Pai maior
Sua festa amanhã, o dia mais esperado
Ele Jesus no entanto nos lembra diariamente
Natal tem que ser o dia a dia melhor
O bem conduzindo ao amor, o verdadeiro presente
Quinto Zili
Natal
Natal em família.
Menos festas. Mais harmonia.
Não comer e nem beber à vontade.
Amar à vontade.
Ter compaixão à vontade.
Cuidar e sentir, olhar e ouvir. Abraçar. Ser caridoso e gentil. À vontade.
Dar e receber um presente.
Quem não acreditou ou prefere lembrar do Papai Noel no lugar de cuidar da relação com Jesus?
Muitos lembram que a festa é para ele. Mas então. Só lembrar e falar, o que muda?
Vamos renovar nosso compromisso de ajudá-lo e não só no dia de seu aniversário. Vamos nos comprometer com ele de lembrar todos os dias que firmamos esse compromisso constante e de agradecer nossa atual existência sem desmerecer nenhuma das anteriores que na verdade fizeram ser possível chegássemos até aqui. E lembrar a cada dia de que essa roupagem temporária, emprestada do cosmo divino apenas tange a realidade que é infinitamente maior em todos sentidos e dimensões. Nosso corpo material é um grão do plasma universal condensado pela permissão de Deus. Num piscar de olhos ele se dissolve e cingimos ao ser espiritual que apenas e verdadeiramente somos.
Feliz Natal Querido e Amado Irmão, Mestre Jesus!
Quinto Zili
19
Mãos
Os gestos e as práticas
Duros, delicadas
Gentis, ásperas
Carinhosas ou revoltadas
Sempre às duplas na urdidura
Mais de um caminho se depura
Uma segura, a outra a seguir
Concordam até no divergir
Quando no mesmo foco atuam
Trabalhando juntas suam
Daí saem obras maravilhosas
Artes, segredos, coisas gostosas
Mãos que trazem o nascer
Que levam ao morrer
Siamesas de um mesmo tronco
Semeiam ou matam como gênio ou bronco
Curam e transformam
Mas se sujeitam à mente
Daí que o bem ou o mal operam
De quem age são ou doente
Nossas são as mãos de Deus que obram
Tentáculos do Pai que menos nos cobram
Fazem acontecer e com elas o bem se usufruir
Delas, em verdade, só não podemos fugir
Quinto Zili
696
Mentira
Quem nunca mentiu Não está vivo nesse planeta Quem da mentira fugiu Sabe que ela é perneta Questão de princípios Moral elevada Ideais são indícios De condição avançada Mentira, do bem ou do mal Qual a diferença da praga Da verdade, é como o sal Nenhum, deixa insosso; a mais, estraga Nada justifica a mentira Talvez só quando evite o mal Mas ainda assim, da verdade que se retira Fosse necessário um sofrer providencial A máxima, na verdade, das Leis Naturais O que Jesus trouxe à tona como lição À justiça divina, mentira é causa que provocais Em nós mesmos seus efeitos se sentirão 953
Maca
Da maca para a cama
Inversos corretos
Doente depois são
Curado em evolução
São muitas macas que usamos
Em todas vidas uma ao menos
Sozinhos em momentos de dor
Acompanhados, em enfermarias do Senhor
As camas, nossos leitos de descanso
Cada uma é um templo de paz
Em geral começam simples em berços
Terminam em duplas ou de casais
Camas e macas
Onde os corpos se recuperam
E onde as almas se realimentam
Enquanto matéria descansa, espírito avança
Amor carnal na cama
Sofrimento carnal na maca
Alma não se deita, só espreita
Espírito amadurece enquanto corpo envelhece
Quinto Zili
404
Paralelo
Paralelo
Apenas o outro lado
Um mundo associado
O que não vemos
O paralelo que não cremos
Almas em convívio
Para quem for o alívio
Não se sabe de antemão
Compartilhar em profusão
Um mundo inteiro
Paralelo e real
Pouco nítido mas lindeiro
Não nos atina o espiritual
Só partindo para ver
Sentir, verificar e comprovar
Encarnado é difícil de crer
Como aqui é aí, sem por nem tirar
Morre para ver
Faço contigo aposta
Aí, temos dúvida de entender
Aqui, tudo vira resposta
Quinto Zili
890
Dia das Mães
Dia das Mães
Não sei se mãe já fui uma vez
Quem sabe nalguma encarnação
Mas se fui, obra de Deus me fez
E hoje aqui sou homem em ação
Nos lembrássemos de outras vidas
Que experiências iríamos encontrar
Seriam graças ou memórias sofridas
O véu do esquecer é dádiva do amar
No Dia das Mães quem se lembra se comove
Quem não queria estar com a sua mãe por perto
Quem não quer a benção que se renove
Chorar e rir no colo de amor único e certo
Quem consegue amar incontinente
Cuidar desde o primeiro dia de vida
Antes mesmo na barriga quente
Que pari feliz até na dor sofrida
Quem cuida até o último dia de um ser
Quem sofre quando um filho perde ou se vai
Que adota outros quantos pode ter
Que chora por amor, dor, alegria, sofrer e nunca cai
Mãe é pilar, é altar, é igreja
De joelhos devemos lhes prestar homenagem
Que Mãe Maria nos ouça, Vossa benção que assim seja
Dia das Mães é todo dia nesta sagrada romagem
Quinto Zili
Orai e vigiai
Orai e vigiai
Ao longo de uma vida
E também na eternidade
Seja de gozo ou sofrida
Seja na saúde ou enfermidade
Jesus nos ensinou à abastança
Do concreto ao sensorial
Que havendo esta aliança
Matéria bem usada eleva o espiritual
Que cuidados devemos ter
A vigília como obrigação
Cada qual e o todo perceber
Quanto bem ser posto em ação
Se o mal nos visita
Se é incúria indevida
Sem oração é desdita
Sem vigia vida invadida
Filhas e filhos, se me permitem
Deus Quem nos criou e nos deu vida
Com Jesus Boa Nova não é só mero item
Mas linha mestra da evolução prometida
Zili
883
pequena
pequena
pérola delicada
grão
mostarda
noção
pequena porção
emoção
gota de amor
instante sem dor
justa palavra
conforto possível
da boa lavra
pequena ajuda invisível
C.L.
872
Caboclo
Caboclo
Minha mãe do céu, Ele ainda nos deu o perdão
Será que isso mesmo que aconteceu
O Homem veio em nome de Deus
Crucificamos o Cristo, ao lado de ladrão
Se Ele alguma coisa roubou
Foi o mal dos corações
Mas nem mesmo isso fez
Só o bem plantou, nada levou
Sou um caboclo destemido
Sofrido e carcomido
Vim de longe para dizer
Como é lindo esse fazer
Escrever nunca me foi fácil
Eu não saberia esse conhecer
Hoje sou até professor
Mas o que ensino é o bem querer
Aprendi com Ele Jesus
Que já de longe é pura luz
Depois de eu muito errar
Na graça de Deus pude Ele encontrar
E deixo abraço de caboclo matuto
Quem lembrar de mim não carece luto
Aqui se vive mais e se trabalha bem mais que aí
Olha para o céu, quanto amor e quanto bem vem daqui
Quinto Zili
545
Amores
Amores
Entre campos e pastos
Nos planaltos e serras
Sem limites e vastos
Até mesmo nas guerras
Onde se plante o olhar
Sempre encontraremos flores
Às vezes como pedras raras
Revelando veios de amores
Homens garimpam minas profundas
Buscando riquezas materiais
Como seriam se nas lavras imundas
Só procurassem os bens espirituais
As pepitas sempre são encontradas
Não importa onde sejam buscadas
Os amores são como tais
Riquezas superiores, mais colossais
Esqueçamos os rancores
Plantemos alianças e compreensão
Colheremos muitos amores
Belas flores de Deus ao coração
Quinto Zili
531
Chamado
Chamado
Vem do outro lado do muro
Do muro de dentro do teu coração
De que lado vem o som puro
Prestar melhor atenção
O vizinho já escutou
Não foi você quem chamou
Outros vizinhos ouviram também
Há algo diferente na linha do trem
O caminho está assegurado
Vem sendo feito o chamado
Pode a mente furtar-se entender
Vacilar o pensar e se arrepender
Chamamento provocante
Acontecendo a todo instante
Não escuta quem tapa o ouvido
Palavras são do Mestre querido
Ele não altera o tom
Não muda o discurso bom
Nós que damos de ombros
E terminamos em escombros
O chamado na verdade é hino doce
Como cântico de anjos fosse
Daí sofremos na alma e o corpo se reduz
Sem atender a Jesus, único sábio da luz
Quinto Zili
499
Por que Poesia Espírita
Por que Poesia Espírita
Merece uma explicação
Porque adjetivei a poesia
Quando pura e de isenção
Arte prescinde de categoria
Foi uma escolha minha
De como divulgar uma filosofia de vida
Poemas, mensagens, o que me vinha
Da doutrina consoladora pelos Espíritos trazida
Por humildade e respeito, ainda foi definido
Que se tivesse prévia noção do que se leria
Em que o leitor seria envolvido
Mostrar, de antemão, do que a poesia trataria
Quem não aprecia ou desgosta
Descarta antes sem problema
Não quero incomodar, nem a quero imposta
Permitir assim bater o olho e não lê-la
E se a Poesia Espírita ferir alguém
Que fira antes a mim, pobre escritor
Ela falará só do amor e do bem
Será minha a licença poética como seu tutor
Afinado em Jesus sobre os variados temas
Humanidade nada perde com esta poesia
Só ganhamos mais meios de entender problemas
No mais, dos Espíritos, é o que se pretendia
Quinto Zili
Apelo
Apelo
Insisto com esse meu apelo
Já há muito lhes faço
Para mim tem sido um pesadelo
Podem crer no meu embaraço
É recorrente e digno
Qualquer pedinte o faz
Meu apelo é benigno
Mormente daqui onde se jaz
Só uma prece
Uma lembrança pela minha alma
Nada mais me aquece
Fiquei perdido, me findei sem calma
E como eu há muitos semelhantes
Parentes, amigos, conhecidos
Apelo por todos cambaleantes
Somos irmãos, não frutos desconhecidos
O amor acende uma luz
Mesmo à distância se produz
Um jorro de esperança a quem se conduz
Elo distante até reencontrar Jesus
Quinto Zili
557
Cruz
O tamanho do teu calvário
Revela tua senda anterior
Ou tua entrega ao precário
Do trabalho para o Senhor
Dois os meios, uma finalidade
Quem foste no passado
Quem tu serás em verdade
Onde o final não é a cruz do pecado
Jesus sim foi à cruz
E demonstrou o bem sofrer
Foi escolha maior, se deduz
Nos ensinou o perdão no limite do ser
Se tua cruz é pequena
Calvário é humano benefício
O que importa e vale à pena
Tua ajuda ao próximo com ou sem sacrifício
Quinto Zili
248
Diabo
Pior fantasia do homem
Alegoria da destruição
Que o ser humano veste
Quanto e quando quer parecer a peste
Pintam o diabo de vermelho
Quem ele é, o macabro
Onde mora e tal
Longe da casa moral
Fetiches e basbaques
Ignóbeis retoques
Quanto mais retratá-lo
Menos se faz destruí-lo
No fundo é o mal
Fantasiado de tudo
Passa por bom, por amigo
Deixa o rastro sempre de perigo
Espanta crianças, moços e velhos
Existe forte em nossa imaginação
Como figura e ser nada é
Mas como possibilidade é tudo até
Se o diabo fosse só o que pintamos
O bem já o teria vencido
É pior, mais forte, pelo fel movido
Feito do mal que nós mesmos praticamos
Quinto Zili
423
Meu teto em Brumadinho
A casa caiu
Foi levada
Lavada, tragada
Sumiu
Meu teto se foi
Construção desabou
Nada sobrou
Até morreu meu boi
E a plantação
Tudo findou
A lama desolou
Me resta a renovação
Mas, de mim, onde estou
O pesadelo é real
Meu corpo também passou
Acho que estou em outro astral
Está difícil entender
O que devo fazer
Me socorre meu Deus
E a todos os meus
Não sou coitadinho
Não vale assim me ter
E meu teto em Brumadinho
Esse nunca mais irei ver
Quinto Zili
Água
A sede que mata e que desata, prostra e desidrata.
Como a fome que também assoma o homem e consome quase a alma, seca o abdômen e encolhe o ser que a tome.
Água da boa, pura e limpa, da melhor fonte que se esconde no mato e montanha, e brota sem receio de matar a que nos mata, essa sede ingrata e tamanha.
Bica, mina que vira veio, que vira regato, riacho, cascata e rio até chegar num oceano. Água, que sem nenhum plano, conhece todos os caminhos, serve a todos ninhos, até encontrar alguém que a sorva e se alimente, que é líquido do bem até na enchente.
Deus não esqueceu de nada neste planeta e nem a água abundante para tudo e para todos, o mais precioso bem material. Ela é o fluido da vida carnal como o amor o é da vida espiritual. Como todos fluidos da vida, a água se une ao cosmo, ao fluido universal.
Água que, se da mão à boca se evapora, virando a chuva que retorna à Terra e colabora, inunda, também mata e arrebata. Reajusta o equilíbrio e os ecossistemas que o homem vem tratando de desajustar há muita data.
Comparar a água ao conhecimento e se terá a compreensão. Ela sempre aparece e brota num canto e varre tudo em aluvião. Percorre todos os caminhos até se encontrar num oceano caudal, que é pura convergência do conhecimento atemporal.
Quinto Zili
511
Começo
Iniciar e quebrar toda inércia
Ponte a ser construída
Pensando em sair do fim que começa
E tudo espantar que te impeça a saída
Bloqueios de vida, quem para, se entorpece
Se for só intervalo cuidar que não dure
Recomeça o trabalho que te enobrece
O tempo não para, melhor te apure
O duro começo em tudo é difícil
Mas busca coragem, desejo e vontade
Não se atrapalhe, começa no ceitil
O primeiro passo é quase a metade
Ouvir o chamado é de bom alvitre
Não pense que algum dia esteve sozinho
Há sempre um amigo, não recalcitre
No enlevo de ser pioneiro mesquinho
Para o início se dar, se coloque humilde
És engrenagem do todo e não podes falhar
Postura de trabalho só terás se te lides
A ele se entregar, se forjar para amar
Começar é amar. Trabalhar com Jesus.
O chamado é Dele, que te conduz
Quinto Zili
173
Alimento
A gente caçava para comer
E se defendia para não virar comida
Não era fácil sobreviver
Pois tudo era risco em torno da vida
Bem antes do fogo, a vida era dura
Inverno se morria de frio e de fome
Caverna era única morada segura
E o verão era mais suportável ao homem
Sentimentos eram ainda porto incerto
Alimentos, a batalhar todo dia
Não se contava com amigos por perto
Tudo era busca, tudo utopia
O espírito demorou a ser imaginado
E o alimento era mesmo para o corpo material
Demorou o homem a se ver do outro lado
Mas era puro, consciência construindo o ideal
Hoje temos o alimento sobre a mesa
Podemos comer voltados à saúde
Para o espírito já temos nova certeza
O alimento é a moral, amor a virtude
Quinto Zili
138
Tempo
Galhardia de um ser
Coragem de viver
A fagulha do dever
Aponta o rumo do querer
Não ter impulso
Fraco o pulso
Inacabada obra legada
Fato e memória roubada
Se deixou para trás
Se quis roubar o tempo
Volúpia do antrax
Pouquidade e traição
Com Deus e nosso Mestre atento
Assim se fez o turbilhão
A.Q.
648
Ego
Assim se houve
Acontecido
Trágico e entorpecido
A quem o mal se aprouve
Outras vidas como aconteceu
Se veio à luta
Para uma prova ininterrupta
Tentames funestos no que se deu
Sensações estranhas
Um ego denegado
Exação nas entranhas
Ah! que dificuldade
Viés escancarado
Minh’alma em tempestade
A.Q.
650
Sorte II
Prêmio à dedicação
Como também a dirão
Sopro de Deus na vida tua
Como que mais
Ungido pela Lua
Ajuda mágica ademais
Sorte pode ser tudo
Até falta de azar
Mas o que mesmo é
Na real, só o colher do plantar
Colheitas desta vida
De vidas passadas
Refletem a ação
Na forma da reação
Sorte não é algo a mais
Pois nada é por acaso
Experimenta começar a fazer só o bem
Muito menos mal sofrerás também
Sorte não é luxo
Loteria não é sorte
Pode até ser infortúnio
Espreita do lobo em plenilúnio
Queira estar sempre em sintonia
Pense na sorte de havermos Jesus conosco
Nosso planeta Terra ainda em distonia
Esse sim, sem Ele, um universo tosco
Quinto Zili
521
Ruas
Foram de barro
De pedras
Depois asfaltos
Hoje o chão dos autos
Das infâncias lembranças
Peladas com bolas de pano
Descalços éramos liberdade
Pés nas ruas sem vaidade
Hoje corremos
Maratonas fazemos
Por esporte ou trabalho
Ruas cheias de atalho
A vida elas cortam
Enchentes as devoram
No calor almas as repletam
No frio viva alma as secretam
Nosso irmão maior Jesus as usava
Por onde andou, ruas por onde orava
Pregava ao mundo enquanto nelas
Ruas e vielas foram seus templos e portelas
Nada a negá-las
As ruas são belas
O povo enriquece esses caminhos
A vida faz delas seus grandes ninhos
C.A.
710
Pão
Que nunca nos falte
E a ninguém se negue
Que cada um se fortaleça
E o pão da vida lhe abasteça
Fome nos consome
Injustiça entre os homens
Aqueles que privam seus irmãos
Se corrompem pelas mentes e mãos
O administrador que falha
O trabalhador que atrapalha
Um manda errado
O outro a tarefa deixa de lado
Todos querem o pão
Por vezes até enlouquecem
Lutar todo o dia sem amor no coração
Ferir as leis do Pai lhes acontecem
Sem plantio do trigo não haverá pão
Sem moral elevada não há plantação
Que colheita se espera
Escassez na nova era
Nem o pão do trigo
Nem o pão da alma, o abrigo
Sem Jesus no coração
Misericórdia divina será só provação
Quinto Zili
715
Fome
Alguma comida sempre tem
Por caridade se consegue
A fome aplacada num vintém
Bucho vazio não prossegue
Difícil matar essa fome
Quando vem do coração
A cabeça vira estômago sem pão
Alma que não dorme
O sono engana a noite
Corpo vira zumbi
Fome de amor é açoite
Sem paz se pode sucumbir
O alimento é o rogo atendido
Com bom tempero a esperança cresce
Daí vem de Jesus o cozido
Servido no prato da prece
Cada qual pede o que precisa
Mas se sabe o que Deus provê em amor
Se for prova, coragem e a utiliza
Se for alívio, agradece o passar da dor
Quinto Zili
732
CEIA
Hoje é dia de véspera com ceia natalina
Quando o dia brilha e a noite se ilumina
Que assim feitos nos mostram de onde vem a luz
Senão de quem, do maior, de Maria o Filho Jesus
Eis que nos emocionamos muito
Queremos ser diferentes, mesmo que só no intuito
Daquela cruz temos pouco conhecimento
Jesus nos mostrou o amor em puro ensinamento
Que Ser foi Aquele, iluminado
O Filho maior do Pai maior
Sua festa amanhã, o dia mais esperado
Ele Jesus no entanto nos lembra diariamente
Natal tem que ser o dia a dia melhor
O bem conduzindo ao amor, o verdadeiro presente
Quinto Zili
Controle
Quem controla a Natureza
Um único Deus, na leveza e beleza
Não o homem carnal
Nem o homem espiritual
Em verdade abusamos
Nos descontrolamos
O supérfluo se tornou essência
Até o mau uso se faz da ciência
Ilusão de termos o controlar
Enquanto o caos emerge do nada
Um dia o caldo pode entornar
Tragédias sem hora marcada
Daí nos surpreendemos
A Natureza culpamos
Do todo pouco entendemos
O gosto da vida às vezes nem provamos
É o aprendizado no limite
O Pai e o Mestre nos aguardando
Enquanto a Natureza nos permite
Ousarmos destruí-la, mesmo ela nos educando
Quinto Zili
748
Esperânsia
Sem como encontrar
Não tem no dicionário
Não carece procurar
Falta no vocabulário
Teria um amplo significado
Esperânsia uniria esperançosos e aflitos
Os que velam pelo esperado
E os ansiosos convictos
Sim, quem de nós não é assim
Digamos que a maioria
Ansiedade complica enfim
Só esperança, de todo, não traz alforria
Não se critique a esperança
Que muita vez é crença e fé
Melhor quando estimula confiança
Que só o trabalho traz sem dar ré
Ânsia ou ansiedade
Quando nelas se opera
Traduzem angústia ou até vaidade
Humildade, combate a depressão que desespera
O humilde, leia-se, não o pobre
Aquele que trabalha sendo eterno aprendiz
Não o faz só pelo soldo, que não falta ao nobre
Sim, entende o valor do fazer e sabe ser feliz
Quinto Zili
749
Sorrir
Alegrando o dia
Logo cedo
Sem apatia
Sem medo
Temer o quê
Se podes sorrir quando quiser
Sofrer porque
Se a vida é o que dela fizer
Tristeza bate de surpresa
Alegria foge, simula pobreza
Um sorriso espanta a aspereza
Questão de segundos volta a beleza
É a roda gigante brinquedo
A gangorra da vida à mão
Embaixo se passa segurança sem visão
Por cima é vislumbre, excitação e medo
Sorrir é mais fácil que chorar
Menos músculos na face a usar
Melhor chorar de alegria
Mas sorrir é o que mais contagia
Quinto Zili
547
Outros
Alguém pede esmola
Tu pedes ajuda, implora
Vem por qualquer lado
Parecem chamado velado
Teia da caridade
Como funciona de verdade
Um ao outro ajuda oferece
Na tua vez , te emudece
Outros é ampla figura
Tu e eu, claro, o somos
Ao Pai, outros é filiação segura
Misericórdia suprema, aceita o que somos
Tratar irmãos como outros é pouco
Gritar contra isso até ficar rouco
Amor é dosagem de remédio ou placebo
Para tu que doas e para mim que recebo
Caridade não exige d’outros se mostre a face
Não tem cara nem idade quem doa
É casamento do bem sem enlace
É amor que move a popa ou vem de proa
Quinto Zili
735
Rápido
Vejo teus olhos
Percorrerem essas letras
Correndo o papel
Muito rápido
Sem perder tempo
Estressa à toa
Escoa
Como água
Cascata do assimilar
Com pressa
À beça
Para que
Correr tanto
Vivemos tanto quanto o cágado
Cem anos, por aí
E o homem
Não mais que quarenta mil anos existe
Inteligência quando surgiu
Muito rápido
Nossa vida
Corrida
Para que
Deus não tem pressa
Mas é tão rápido quanto não podemos imaginar
Natureza nunca se apressa
O bem ajuda o amor a qualquer um conquistar
Caridade é a única necessidade
Compaixão a principal urgência
O amor a máxima qualidade
E o mal é rápido, na sua própria demência
Quinto Zili
570
Terras
Chão de pisar
Por onde ando
Terra de plantar
Colheitando
Ciclo de vida
Plantar, colher
Terra servida
Nos dá de comer
Terra não é propriedade
Deus não nomeou tabelião
Nada nosso, nem metade
Documentos não vão no caixão
Toda terra é de Deus
Natureza é dádiva maior
Retiras dela o sustento dos teus
Tuas cinzas a adubarão melhor
Destruir o orbe como o homem faz
Esquecendo de quem é a real propriedade
Talvez um dia seja capaz
Compreender seu papel aqui, pura necessidade
Quinto Zili
278
Máscaras
Não sendo carnaval
Porque usar todo dia
Cara lavada não faz mal
Ou sinceridade é utopia
Nós humanos da Terra
Raça da inteligência
Supremacia em si encerra
Tememos o confronto na essência
Ser claro e despojado
Mostrar semblante altero
Orgulho é redobrado
O medo mais sincero
Somos dúvida pura
De tudo e todos duvidamos
Orgulho é tese segura
Abrange tudo que pensamos
Sem máscaras seria razoável
Alvitre e aceitação sem vaidade
Impera no entanto o insondável
O achar superior, distinta humildade
Quinto Zili
274
Quem ama não reclama
Amar é para os fortes
Tempestades irão nos abater
Olhar de quem ama sem recortes
Pensar desses seres, eterno viver
Todo dia, novas sendas
Novos ramos, nossa árvore a crescer
Natureza abrindo e criando fendas
A nos dar condição de perceber
Inseguro mas tendo amor
Temeroso e seguindo a luz
Sofrendo de qualquer dor
Mas confiante em nosso Jesus
Percebes que não falo a reclamar
Não te pegues a resmungar
Todos os dias se pode sofrer e lutar
Pois dessa vinha que vem o aliviar
Por fim querido irmão
Não se deixe levar debalde
Tome o amor deste refrão
Não se torne sua própria fraude
Quinto Zili
110
Restrições
Nos modificam Alteram hábitos Nos retificam Mudam hálitos Se queres dar valor Privas o uso de uma mão Ao voltares no pleno labor É comum externares gratidão Sim é assim mesmo Perdes um órgão do corpo são Nunca mais ages a esmo Notas os diferentes, não mais os fita em vão Restrições são caroços na fruta doce É esmola do universo para tu, pedinte Luz que falta na caverna sem posse Cego no circo, só como ouvinte Se te faltas algo, apuras a percepção Humildade a te recolocar no eixo A inteligência a explorar intuição És filho de Deus tanto como o seixo 282
Teto
Relento
Sozinho
Ao vento
Entristecido
Esquecido
Desmerecido
Acolher este ser
Com ternura de filho
É seu irmão, seu dever
Apenas perdeu seu trilho
Um teto é tudo
Para quem não tem nada
Tua casa o deixou mudo
Observa a necessidade velada
Agradeças tu pela casa, teu teto
Nunca te faltou nada, nem abrigo
Divides o que podes com afeto
Deus nunca te pediu nada amigo
290
Culpa
Sentimentos de culpa
Ultrajam nossas almas
Que pena morrermos às vezes
Lamentamos sob palmas
Já fomos perversos
Espíritos ao bem reversos
Hoje estamos melhorados
Nos sentimos mais amados
Fomos algozes
Fomos vítimas
Hoje queremos ser bons e velozes
Fazer caridades legítimas
Calma com o andor
O barro desanda e dói
A vida se reconstrói
Nada justifica o temor
Umbral
Jesus nos inspire, guie, ilumine e proteja!
Calvário, expurgo, libertação
Tormenta, expiação e paga
Sofrer de homens, mulheres, crianças
Idosos esquecidos, aleijados, doentes
Universo em mutação e redenção
Notícias e aspectos da humanidade
Pensamentos em desalinho
Torpor e sono
Beleza morta
Discurso oco
Declarações espúrias
Não há rima neste contexto
Não há sinal de união
O umbral é aqui mesmo
O céu é tela pintada da imaginação
Deus tenha piedade de nós
150
DRUMMOND
“ Para a virtude da discrição, ou de modo geral qualquer virtude, aparecer em seu fulgor, é necessário que faltemos à sua prática. “
Carlos Drummond de Andrade
DRUMMOND
Ele entrou na casa da poesia.
Entrou. Lá viveu e se trancou.
De lá saiu só para ir de vez. Embora.
Deve ter levado a chave ou a jogado fora.
Ou só contou o segredo a uns poucos amigos, outros poetas.
Aqueles que entendiam melhor os seus escritos, escritores atletas.
Que de pronto, sem inveja, com bondade , o viam sem vaidade.
Escrever o amor como ele o fez, desde o cheiro dessa brisa, só quem contemporiza, do mal não se utiliza.
Em sua homenagem e à sua poesia, quem tenta este caminho, tem uma certeza, não haverá outro igual, com o verbo descomunal, pai da escrita, o senhor da letra.
Quinto Zili
Eleições
Eleições
Não são eleições que mudam nossas vidas
Nossas vidas que mudam eleições
Somos políticos em essência
Ainda fazemos política sem excelência
Povos precisam de líderes
Vez por outra eles aparecem
Eleições podem trazê-los
Mas eles surgem, vem de sê-los
Votar é arte linda
Aceitar o voto do outro mais ainda
Sufrágios no bem
O eleito também
Não te queixes de quem o povo elege
Tu és povo e podes também fazer mais
Tua nação é você antes de tudo
Teu voto nunca será grito mudo
Moral elevada prescinde eleições
Evolução espiritual da mesma forma
Humildade de um verdadeiro líder
Amor maior, sem condições, retorna
Nosso Governador excelso, que a Terra conduz
Não de eleições, nem de partido precisou
Chegou lá, Quem a Deus Se provou
Sem candidato assim para votar, no comando, Jesus
Educar
Tarefa da mais antiga
Educar a si mesmo
Aos filhos nossos
Aos filhos do próximo
Professor sim educa
Ensina as lições das matérias
E os pais, as lições da moral
Sem quadro negro; pelos exemplos como tal
Educação é progresso
Avesso da perdição
No contexto da Terra
O que não falta em profusão
Esquecer o educar
Como faltar água à sêde do amor
Alimento do espírito pensante
Embrutecer da alma no exilio ignorante
Sofrimento para educar, se faltar o amor
Alento para quem consegue se dedicar
O ser que pede esse alimento
É seu irmão, não lhe negue tal provento
427
Professor
Almas dedicadas
Protetoras em Terra
Em a Natureza associadas
Das sementes que cada um encerra
São os semeadores, eles e elas
Nossas madrinhas do alfabeto
Como fadas, muitas, de tão belas
Que tudo ensinam em qualquer dialeto
Professoras, eles e elas até em reveses
Nas nossas infâncias nos conduziam
Foram mães uma, duas, ene vezes
Tomaram a si filhos que não conheciam
Pastoras, pastores de verdade
Das ovelhas em toda parte
Dos primários em infâncias às faculdades
Nos conduziram com fé nessa arte
De tudo nos ensinaram
A todos inspiraram
Transformaram frio da ignorância no calor do saber
Deram, se nos faltava à casa, o amor a nosso ser
683
Temperos
Fortes ou suaves
Doces, apimentados
Alteram os sabores
Pratos requintados
Nem sempre os temperos ajudam
Mas sempre alteram o paladar
Fornecem o que o gosto mudam
Temperam o sonso, melhoram o degustar
Na vida conhecemos bons temperos
Paciência, gentileza, doçura e amor
Ingredientes bons de esmeros
Aos chefes gourmets, comida de muito sabor
Há porém quem tempere às avessas
Muita pimenta, intensidade e muito sal
Quem não tem mão boa para dosar
Cria os pratos do relacionar pelo mal
Quem prova o tempero do amor não quer outro prato
Só olhar sentimos o paladar do tempero de fino trato
Atestar o sabor deste pasto, sorver o amor é de fato
O melhor tempero entre dois , o ideal de um bom contrato
265
Estrutura
O prédio não cair
A viga não desabar
O teto a cobrir
Estrutura sobrestar
A mão que executou
O intelecto que projetou
A força que trabalhou
A estrutura suportou
Complexas ou simples
Elas moldam no suporte
Em argilas, sem requintes
Mais profundo o corte
No cerne do espírito em evolução
Na própria carne que o está a conduzir
Temos o projeto do Pai em ação
Única estrutura híbrida a existir
Tudo que existe tem sua estrutura
A Mãe Natureza, arquiteta suprema
Que nos permite haver sem ruptura
Alicerce da vida, estrutura extrema
262
Volta
Quando partir
A vida também irá
O corpo ficará
Sensações, tudo mais findará
Assim pensava
Chorava de pesar
Tristeza a me amparar
Contrito rogava
Onde fui parar
Que lugar é esse
Não há céu
Me cobre denso véu
Sim a vida está comigo
Mas faltam os sentidos
Meu Deus, onde vim parar
Só me resta orar
Foi assim a minha volta
Cá estou agora melhor, sem revolta
Ainda cego, mas vivo, aqui estou
É o espírito de mim que me restou
Acho que ainda vou melhorar
Mas ainda não vejo onde cheguei
Ouço tudo e pouco sinto ainda
Deve ser a volta a anunciar nova vinda
512
Prece do caído
Contigo me deito
Contigo me levanto
Mestre divino e perfeito
Acolhe por amor esse meu pranto
Me sinto caído
Doído, sofrido
Me ajuda a reerguer
Mais uma vez reviver
Sei de minha culpa
Falhei feio de novo
Nem sei se mereço
De ti este apreço
Na carne falhamos
Ainda que lá buscamos
Livramento de pecados
De nossos erros gravados
Expiação e restrição
Falhar e refazer
Mestre me ajuda a compreensão
Que é meu este dever
Eu sei que consigo crescer
Mesmo neste sofrer que eu mesmo me fiz merecer
Rogo de novo que renove sempre o meu querer
A cada dia um pouco mais; Pai me faz assim crer
638
Passado
Paixões fazem borboletas no plexo
Medo, dor de barriga
O amor uma entrega que abriga
A compaixão, algo mais complexo
O corpo vestindo o espírito imaterial
Reage a tudo e a todos
Auras se entrelaçam em bodas
Num artesanato divino surreal
Vida é pureza e simplicidade
Da natureza recebemos o amar
Mas complicado é nosso pensar
Querer de dominar, total ansiedade
Passado se esconde das atuais jornadas
Bendito o véu do olvidamento
Lembramos apenas de algum sentimento
Insuportável seria conhecer vidas passadas
Busquemos o bem afinal de contas
Este será maior hoje e amanhã com certeza
Levemos nossas vidas hoje com mais leveza
Aos males do passado, resgates às montas
577
Clarear, 644
Clarear
Na cabeça a inspiração
Um lampejo
Desde lá do Tejo
Como nova iluminação
Reverente o ser
Que reluz mesmo morto
Não está mais absorto
Ver e sentir seu renascer
Tralhas ficaram para trás
Os porquês se deslindaram
Poder da mente se refaz
O passado se foi para marcar
As paisagens se aclararam
O presente já não é mais só recordar
A. Q.
Fluxo, 643
Fluxo
Do corpo carne
Ao espírito alma
Tudo flui em calma
Nada em alarme
Do nada ao tudo
O olho que não vê
Como mal se crê
O pó da vida mudo
Cabe no meu entender
Foge de meu crer
A luz agora é jasmim
Foi o bálsamo do devir
Aquilo que se foi a sentir
Quando alguém ouviu a mim
A. Q.
Namorados, 556
Arte por Francesca, 8 anos
Namorados
A figura de pombinhos aos pares
De corações entrelaçados
Alianças de bodas nos lares
Tons vermelhos abençoados
Imaginário estimulante
À guisa de cerimonial
Corpos desejantes
Espíritos em comunhão passional
Os namorados
E os enamorados também
Elos quase intocados
Parecem que vem do além
Às vezes só paixões
Bom quando transmutam em amor
Do sexo passam pela dor
No fim o amor doma corações
O fogo dos namorados
Fervor dos amantes afora
Resignação dos denegados
Amor que venceu o depois sem se perder no agora
Quinto Zili
Simples, 621
Simples
Todo estudo em andamento
Farto e dedicado
Uso da mente
Clarear do conhecimento
Dá trabalho fazer
Pesquisar a fundo
Meses e anos às vezes
Controlar resultados revezes
Começar complexo e intrincado
Distinguir teses de realidades
Hipóteses caem ou viram verdades
Intuição vem como recado
Depois da transpiração
Benvinda a inspiração
Resulta o simples como solução
Para criar o óbvio à população
São assim os inventos
As descobertas viram até luxo
Tornam a vida mais simples
Embora o caminho seja árduo fluxo
Simples vale lembrar como é o bem
É o que se opera pelo amor
Como a providência da caridade
Como tudo de valor na vida em verdade
Quinto Zili
Doce, 624
Doce
Como a mão de uma mãe
Sua voz e seu colo
Como bendito fosse
Aquele seu olhar doce
Carinho e compreensão
De sobra, de montão
Dedicação e desprender
Seu abraço querido do acolher
A mim e a todos nós
Sente-se falta delas
Singela, doce mãe e sua voz
Tudo nos representam, que belas
Até seu grito doce era
Quem não levou um relho da fera
Que tudo fazia pela sua cria
Até mesmo o que não queria
É doce como a natureza
Sensata e paciente
Onipresente
Nos escuta os sentimentos e a tristeza
Minha e tua doce mãe
Nossas doces candeias
Nos deram a luz
São a mão em nossa cabeça como Jesus
Quinto Zili
Gratidão, 471
Gratidão
A minha mão, se toca a sua
Se meus olhos cruzam com os seus
Nossos sentimentos se misturam
Os pensamentos se encontrarão
A figura se formará uma só
Um conjunto se estabelecendo
No mesmo diapasão
Uma canção harmoniosa acontecendo
Quando gratidão nos inunda
O corpo e a alma transpiram
Exalando um suor de amor
A dor que se sentia perdeu a cor
O matiz escuro do sofrer
Migrou, perdeu o tom da amargura
Mágoa escoou e abriu espaço
O ser recriou a aura em fino traço
Gratidão abrange todo o ser
Completude maior que o ter
Amplitude dos sentidos que acolhe e bendiz
Entrega no agradecer, o diploma do amor ao aprendiz
Quinto Zili
Riscos, 242
Riscos
O risco de vida que leva à morte é mais vivo e presente do que percebe a mente no ser.
Morte como passagem, toda a vida no risco de viver.
Se morrer é todo dia um pouco, viver também é o risco de deixar de ser.
Quando a vida é só um risco, a morte não é um traço. Se a vida é só um traço o risco de morte acaba em laço.
Traçar a vida sem risco sem rabiscar a morte.
Quando correr o risco pode ser mais fácil que traçar a vida sem risco sendo forte.
A linha da vida é melhor do que o risco da morte. No traço sem risco falta no ser o norte.
Alinhar a vida sem pensar no risco da morte e traçar no pensamento que o risco de vida é grande comparado com a linha da sorte.
“O traçado da vida é o risco de viver, alinhando o traço do ser sem medo de morrer.“
Quinto Zili
Tempestades, 419
Tempestades
Tempos difíceis quando despenca o céu
Tormentas da natureza sem véu
Arrebatamentos das águas e ventos
Tempestades provocam desalentos
De tempos em tempos
Uma catástrofe pode acontecer
Sem preparo adequado
Não se entende o perecer
Quando os ventos eclodem
Se vê a fúria da natureza
Tempestade arruína
Tudo que pode extermina
A varredura evoca nosso Deus
Porque tantos estão a padecer
Sabedoria e amor que reconstruirá
Reerguem-se cenários, tudo renascerá
Como a tempestade moral
Varrem-se preconceitos e demências
Aplacam-se defeitos e más tendências
Soergue-se o ser renovado no amor real
Jesus foi a tempestade do bem sobre o mal
Varreu maus pensamentos
Deixou reais ensinamentos
Ao ser humano, ao ser espiritual
Quinto Zili
Compromisso, 144
Compromisso
Parar e pensar; compromisso; qual o maior, o principal, o essencial.
Não é com a sociedade.
Não com o outro.
Não com o trabalho.
Não com o tempo, nem com a agenda.
É consigo mesmo pois é com Deus e com Jesus, Quem mesmo nos afirmou isso , de que somos Deus em essência.
Compromisso e comprometimento, bons e complementares.
O universo não caminha sem essa engrenagem. Ou roda em falso por assim dizer. Cada um de nós entendendo sua importância no contexto e sabendo que não chegaremos a lugar nenhum sem nos ajudarmos todos.
Não há uma só alma que será deixada para traz.
Entendimento e compreensão são as bases do grande compromisso coletivo, esse mais intenso, além do individual.
Te compromete a pensar desse jeito. Quem sabe tudo não melhora.
Amar o próximo como a ti mesmo e a Deus acima de tudo.
Fiquemos em Deus
Quinto Zili
Conversas
Convívio, relacionamento Comportamentos do ser Em todo tempo De cedo ao anoitecer O que se diz por aí E o que se ouve falar Faz sentido a ti Me remete também a pensar Os fatos que se conta e se escuta E isso vira e repete Que entre dois é permuta Um só, tête à tête Se séria é conselho Se branda é ajuda Mas se for como relho É conversa muda Falar e ouvir é bem natural Espontâneo aos corpos afinados Parece coisa material Mas é o espírito, a reter significados
253
Crescer, 402
Crescer
Almejar a felicidade
Pungir a dor
Contemplar a totalidade
Plenitude de valor
Conquistando e evoluindo
Assim queremos ser no crescer
Vivendo no conforto
Desfrutando do bem absorto
Contradição elementar
As provas que buscamos
Antes de aqui chegar
É a evolução da qual vislumbramos
Sem dor será difícil crescer
Sem adaptações quase impossível
Melhor caminho requer dedicação
Ajudas de bons amigos essencial então
Turvam-se as vistas do espírito
Embasbacam-se nossas premissas
Perdemos o rumo, deixamos seguir
Nossa correção virá no porvir
Acertar o prumo
Virá por certeza o rumo
Gastar mal o livre arbítrio
Retomar o eixo será com atrito
Quinto Zili
Frutos, 394
Frutos
Rebentos da natureza
Ofertas de Deus, caridade
Eles nos alimentam
Além da necessidade
A essência dos frutos
Com tudo que se oferece da terra
Vem com o fluido
A água, o meio que os encerra
Linhagem é a essência
Do que cada um pode ser
Cada árvore guarda do que ter
Maça não é tomate por excelência
Do ventre pode-se o mesmo afirmar
Mas é da matéria que se pode falar
Cada alma ser espiritual
Legado de Deus, cada ser universal
Quinto Zili
Luxo, 473
Luxo
Pode parecer exagero
E mero supérfluo
O luxo como tempero
O contraponto do lixo
Sofisticar e ousar
Às vezes foi preciso
Para diferenciar
O apagado do elísio
Demonstrar na aparência
Pode ser necessário
Às vistas impressionar
O peixe vender sem o precário
Não foi esse o luxo de Jesus
O impusemos o lixo na cruz
Mas o que Ele veio nos trazer
Nada tinha a ver com esse tipo de crer
Ele nos trouxe sim o maior luxo
Nos mostrou Deus verdadeiro
Em todos os sentidos, no total fluxo
Até a beleza no significado daquele madeiro
Só nós mesmos que não fomos capazes
De entender o que o luxo para o Mestre representava
Fomos ignorantes pertinazes
Olhamos o exterior, menos o que realmente importava
Quinto Zili
Púlpito
Púlpito
Acima do povo se encerra
Majestoso, ao orador donde se falar
Dizer maravilhas a seu público
Fazendo todos calar
Odes e provérbios
Estrofes e discursos emocionantes
Orgulhos da palavra
Pungindo tudo que veio antes
Público muito atento
Parecia um sábio a se expressar
Quase nada de entendimento
Palmas soaram ao terminar
Assim são os púlpitos
Públicos e impressionantes
Por si só tocam os súditos
Sabem que lá o orador será sempre marcante
Jesus porém não ia a púlpito nenhum
Pregou mesmo ao rés do chão
Falava sempre ao povão
Pareceu como Deus se passando por ser comum
536
Evany, irmã querida
Oi Evany, hoje estive aqui
Feliz em te ver como a vi
Como você está bem
Como sua vida segue bem e além
Sim, você foi além das provas
Superou as expiações
Venceu seus resgates com sobras
Teu espírito distribuiu perdões
Assim é você minha querida
Que também me criou como filho
Minha irmã nesta vida
Que linda! Que vingaste no trilho
Tens muita sensibilidade
Nossos pais enxergaram bem isso
E o Chico te ajudou em verdade
E venceste até o corpo enfermiço
Teus mentores se alegram
Nossa família também
Todos que hoje te cuidam
Terão recompensas que convém
Quinto Zili
Sorte
Sorte
Ganhar ou perder, dinheiro na certa
Apostar pouco ou apostar muito
Vício ou não, tentativa esperta
Atalho pedido, desejo fortuito
Te enganas saber do desejo maior
Pedes com o empenho de motivo justo
Precisas da ajuda que venha superior
Para realizar promessas de mais alto custo
De verdade o que queres é folga da vida
Que caia do céu o premio geral
E exorta que vai se manter na sua lida
De humilde ricaço, não demonstrando tal
Bem entende o Pai que tu pedes errado
Teu desejo te distrai de teu melhor caminho
Mas com a tua insistência tomas cuidado
Sorte ou azar, porás tua vida em definho
Quinto Zili
157
Lixo mental II
Lixo mental II
Nosso lixo mental sortido
Variamos os temas, sofisticamos
Além do agir errado
Por traz muito pensamento fermentamos
Tudo vai bem num belo dia
Então vem o apelo por mais um querer
Bastava continuar no vigiar que havia
Não frustrar, inquietar, nem rondar a agonia
Incompleto ou repleto, passamos viver
De um momento a outro tensão do nada
Vislumbrar um querer, criar o temer
O só ser agora, não satisfaz a jornada
Pensar por pensar é bobeira na certa
Fosse assim, melhor seria nada fazer
Criar fantasia embaça a alma desperta
O lixo criamos na mente, no ser
Lixo mental não é só o do mal
Muito sonhar à toa deixa o mesmo resíduo
Pensamento do bem sem trabalho braçal
Vira entulho também ao nosso indivíduo
Muito lixo mental, maior que o material.
Psicosfera poluída.
152
Amores, 531
Amores
Entre campos e pastos
Nos planaltos e serras
Sem limites e vastos
Até mesmo nas guerras
Onde se plante o olhar
Sempre encontraremos flores
Às vezes como pedras raras
Nos revelam veios de amores
Homens garimpam em minas profundas
Buscando as riquezas materiais
Como seriam se nas lavras imundas
Só procurassem os bens espirituais
As pepitas sempre são encontradas
Não importa onde sejam buscadas
Os amores são como tais
Riquezas superiores, mais colossais
Esqueçamos os rancores
Plantemos alianças e compreensão
Colheremos muitos amores
Além das belas flores de Deus a paixão
Quinto Zili
Tudo ll, 405
Tudo II
Ainda que nada falte
Mesmo que de nada se esqueça
A vida cá neste planeta
Pode só passar de leve esmalte
Vida plena material
Pouco fala da moral
De que vale ter-se tudo nela
Falo daquilo que não é querela
Digo do ser não de carne
Sem a veste após desencarne
Tudo que parecia ser alguém
Mal cai em si ao ver-se no além
Num átimo tudo vira nada
O vazio se expande
Pode parecer só um buraco fundo
E se ver de repente um pobre imundo
Todo mundo é igual
Tudo e todos ao natural
A desigualdade que se vê na vida material
Se revela outra e se nivela na vida espiritual
Quinto Zili
Escolhas, 186
Escolhas
O céu escolhe o mar no horizonte
As estrelas escolhem o céu no infinito
Nossos pés escolhem o chão rasante
Nossa mente o saber, o mais bonito
Criança prefere a mãe logo que nasce
A mãe dá leite ao filho, do próprio peito
Pai e mãe se escolhem e vem o enlace
Família monta a casa do seu jeito
A gente escolhe um deus que imaginamos
No bem um velhinho como um Noel
No mal um bruto com quem nos estranhamos
E a vida nos mostra o real sem o véu
Que Deus, o Único, também te escolheu
Te criou e Te deu todas as oportunidades
Escolhestes umas boas, outras nem mexeu
Recolhe os bons frutos e deixa as maldades
Acolhe e não escolhe de agora em diante
Faz o que o Cristo deixou em exemplo
Não perdes mais tempo ficando distante
Melhor das escolhas, o amor como templo
Quinto Zili
Sujeira, 261
Sujeira
A Mãe Natureza reclama
O Pai Moral nos reprova
Sujeira material se derrama
Lixo mental nos estorva
Tudo isso é o que fazemos
Por nossas mãos e almas mesmas
Sem limites do que podemos
Ruir e alcançar situações extremas
Quase sem retorno na destruição da Terra
Abalo moral não tem ficado pra traz
É certo que hoje somos melhores e menos guerras
Porém batalhas muito que hoje se faz
Muitas chagas expostas no claro e no escuro
As feridas abertas vão se purgando
Um mar de sofrer, violência e ódio puro
Mãe Natureza e Pai Celestial só observando
Nosso arbítrio é nossa lei contra o lixo
Sujeira são cavacos da forja do ser
Poluímos a Terra com largo capricho
Nossas almas se depuram no próprio crescer
Quinto Zili
Nada mesmo, 120
Nada mesmo
Às vezes nos percebemos como imperceptíveis seres no universo. Olhamos o céu à noite e enxergamos uma imensidão de escuro pilhado de outros mundos e vem uma noção de insignificância , de pequenez , de um não ser nada. Nada mesmo. Um nada no meio de um tudo.
Isso porque ainda achamos que o único planeta habitado e com gente inteligente é a Terra.
E quando pensamos na vastidão dos mundos também vem essa sensação de atraso no tempo. Ainda matamos para comer. Matamos também por ódio e por vingança. Produzimos guerras. O único planeta habitado no universo destrói sua própria natureza para sobreviver. Quanta demonstração de inteligência… Que adianta a filosofia sobre as galáxias se estamos acabando com a própria água e onde crianças morrem de fome e pela violência.
Nada mesmo. Somos nada e ainda nos falta humildade para reconhecer.
Mas temos solução e salvação. A consciência nos trará o caminho e devemos educar nossos filhos para isso. E tudo mudará. A única verdade.
Quinto Zili
Nada, 112
Nada
Ao universo estelar lançamos olhar profundo
Ou ao fundo de nosso corpo mergulhamos
Tentamos entender todo esse vasto mundo
Buscamos compreender como funcionamos
Tudo está de frente à nossa cara
Podemos tocar muita coisa até mesmo
No entanto o amor ainda é coisa rara
Porque nada sabemos e falseamos à esmo
Queremos ter todas provas na vida
De onde termina o fim do mundo
De onde viemos para essa lida
Mas ainda o nada é mistério fecundo
Certeza só há mesmo de morrer todo dia
Nascer, renascer é tarefa diária
Entendermos o todo, prova que irradia
Nada saber de outras vidas na teia planetária
Tudo ou nada é dilema eterno
Saber o não saber eis a questão
Só o que é certo é que sem amor fraterno
Longe de Deus estaremos então
Quinto Zili
Diabo, 423
Diabo
Pior fantasia do homem
Alegoria da destruição
Que o ser humano veste
Quanto e quando quer parecer a peste
Pintam o diabo de vermelho
Quem ele é, o macabro
Onde mora e tal
Longe da casa moral
Fetiches e basbaques
Ignóbeis retoques
Quanto mais o retratam
Menos se faz destruí-lo
No fundo é o mal
Fantasiado de tudo
Passa por bom, por amigo
Deixa o rastro sempre de perigo
Espanta crianças, moços e velhos
Existe forte em nossa imaginação
Como figura e ser nada é
Mas como possibilidade é tudo até
Se o diabo fosse só o que pintamos
O bem já o teria vencido
É pior, mais forte, pelo fel movido
Feito do mal que nós mesmos praticamos
Quinto Zili
Bem-te-vi
Passarada
Amanhecer
Cantos
Acordar e crer
Bem-te-vi
Bem-te-vi
Também canários
Outros cantos ouvi
É a natureza que vive
Acordando o homem
Todo dia se repetindo
Incansável, como é lindo
Bem-te-vi, Bem-te-vi
Todos os dias estamos aqui
Assim Deus nos chama à vida crer
Com música e um Sol para cada ser
E a luz sempre é trazida
Há cheiros de mato e vida
Contemplar a grande oportunidade
De sentirmos o Pai em nossa identidade
Quinto Zili
434
Sentir, 396
Sentir
Estou aqui
Às vezes podes me sentir
Quem sou não importa
Nem tampouco porque abriu-se a porta
Cada qual segue o seu
Não releva quem seja
Mas deve ser pelo bem
De fato o bem que se almeja
O pensar é nossa união
Sem saber é fio de comunicação
Sentir é ainda mais
Quase trocar nossos sais
Misericórdia divina nos religa
Aqui volto em missão
Tropeços mútuos e fadiga
Nossos espíritos em comunhão
Deus supremo assim permite
Que se pague, se quite
Com o bem da ajuda limite
Nada mais separa o que é bom alvitre
Quinto Zili
Peste, 439
Peste
Forte expressão
Dá medo e dor
Pragas e sofridão
Traz mau cheiro e fedor
E não só ser física
Também se referir à moral
Corrupção de ambas
Assolam feito ondas
Peste já é palavra feia
Fugir dela que se esconde
Tem pernas e braços longos
Um abraço sem saber de onde
Mas temos melhor visão
Os espíritos nos trouxeram explicação
Doutrina reveladora, provedora
Consertos maiores vem como prova expiadora
Se é coletiva uma peste é solução
Nada é casual
Tudo tem relação
Em verdade tudo é causal
Doutrina trazida pelos Espíritos de Luz
Com Kardec, maestro a codificar
Nos cabe muito agora estudar
É caminho aberto até Jesus
Quinto Zili
Olhar, 430
Olhar
Que não seja um pedido falado
Ou gestual atado
Acaso não atenderás tal pleito
Movido pelo olhar tem maior efeito
Profundo
Carente
Sem palavras e eloquente
Olhar ardente
E o teu olhar
O que dirá
Chorarás em agonia
Ou te moverás o corpo em sintonia
Correspondido um olhar
Entendido o problema
Passemos à solução do tema
Ajudar e fazer melhorar
Compaixão no olhar
Não é ter pena nem dó
É na verdade não pilhar
Nem fazer da caridade um nó
Quinto Zili
Mãe querida, 83
Mãe querida
Quantas vezes depois de sua partida chorei de saudade.
Da falta do seu carinho e de sua bondade.
Como era tranquilo todo o meu dia.
Pois sabia que ao chegar em casa, sua acolhida sempre teria.
Seu beijo, sua benção, suas mãos macias e quentes me tocando o rosto.
Me dizendo sempre palavras de bom gosto.
Queria mãe, voltar no tempo.
Bem criança me lembro, as dorzinhas de barriga que às vezes eram só medos que você pacientemente me ajudava e fazia a enfrentar com um toque, sempre que me benzia.
Bastava um gemido e seu olhar me acalmava.
No frio seu calor é que me acalentava.
Papai impunha e você encobria.
Mas também era dura porém sempre com brandura.
A coisa melhor da vida, é lembrar da mãe querida.
Não acredito que um ser possa ser indiferente.
Não crer na magia que isso carrega em nossa mente.
Te amo minha mãe e que todas como você e tua fé, sejam abençoadas por Maria de Nazaré.
Quinto Zili