Tudo II
Ainda que nada falte
Mesmo que de nada se esqueça
A vida cá neste planeta
Pode só passar de leve esmalte
Vida plena material
Pouco fala da moral
De que vale ter-se tudo nela
Falo daquilo que não é querela
Digo do ser não de carne
Sem a veste após desencarne
Tudo que parecia ser alguém
Mal cai em si ao ver-se no além
Num átimo tudo vira nada
O vazio se expande
Pode parecer só um buraco fundo
E se ver de repente um pobre imundo
Todo mundo é igual
Tudo e todos ao natural
A desigualdade que se vê na vida material
Se revela outra e se nivela na vida espiritual
Quinto Zili