Ano Novo, 25

Ano Novo

Falta pouco para findarmos mais um ano em nosso calendário.

E essa bagagem vai ficando para trás como que mesmo fazendo parte de uma vivência, experiências. Por vezes queremos nos libertar e esquecer de boa parte do que passou.

Fazemos votos de muita coisa mudar, desejando que certas situações não tivessem sequer acontecido. Se pudéssemos alteraríamos o passado recente deste ano prestes a terminar.

Por que pensamos assim? Mudar o passado é tema obscuro e só temos o presente, o dia de hoje, para fazer isso e porque ele nos trouxe até aqui. Bem ou mal.

Mudar o presente já seria uma reação ao passado. Variar na forma do pensar hoje é alterar da melhor maneira o que vinha do antes que queremos esquecer ou mudar.

O dilema do não mexer vigorosamente no presente é tão controverso como desejar melhorias para o futuro.

Usarmos o passado como âncora do barco que derivou em local indesejado e só termos o hoje como bússola que sinaliza o norte dos nossos desejos. O futuro é uma distante, desconhecida e linda paisagem no ideário de nossas mentes.

De verdade vivemos todos os dias com um pé no futuro e outro no passado mas à deriva no presente.

Quinto Zili

Cego,220

Cego

Tempo faz que tempo voa, da minha janela vejo que o sino soa, mas fico à toa se não vejo o céu, parece que sou cego, no meu olho um véu. Me apego no que não me torna morto, ou nego, não me quero torto, e saber que só sou cego quando quero, ou no aborto de quando me altero.

Viver não é fácil não. Ser são é bom, mas na verdade, de antemão, o melhor mesmo é ser sem defeito e dar-se um jeito de bater no peito e dizer sou bom de alma e não só do que sou feito. Deus me fez todo perfeito, mas sempre causo efeito, ousando no desrespeito a esse Pai que me deu o leito. E o pão a que tenho direito é feito tudo para que eu seja bom e perfeito.

Se eu fosse cego do meu corpo, talvez desse mais valor, pois quando se nasce torto tudo parece morto e só cabe mais esforço para fugir da dor.

Se a vista fosse zero, podia dizer o que mais quero e sentir pelo amor sincero que continuo filho do pai e, uai, que bom foi só a vista que não tenho mais e seguir com empenho pela pista que um dia tudo vem pelo esforço da conquista.

Quinto Zili