Secas
Amargas águas das secas
Mal refrescam a alma quente
Que mostram meu solo em gretas
Abertas em sulcos do meu ventre
O céu é tão azul e lindo olhar
O solo tão feio, só tristeza
Água parou de cair, escoar
Poeira é mato, secura avareza
Para tudo mudar nem chorar resolve
Aqui é catinga, aqui é sofrência
Não tem despertar, nem Tatu se move
Vida parada, acabou a existência
Meus Deus onde está, por misericórdia
Sou seu filho também, calango sofrido
Até o choro secou, viola sem corda
Meu cerrado virou deserto, enfeiou o colorido
Minha Nossa Senhora
Faz chorar aí o céu por amor
Só assim essa seca vai embora
Refrescar um pouco esse enorme calor
Quinto Zili