Secas, 238

Secas

Amargas águas das secas

Mal refrescam a alma quente

Que mostram meu solo em gretas

Abertas em sulcos do meu ventre

 

O céu é tão azul e lindo olhar

O solo tão feio, só tristeza

Água parou de cair, escoar

Poeira é mato, secura avareza

 

Para tudo mudar nem chorar resolve

Aqui é catinga, aqui é sofrência

Não tem despertar, nem Tatu se move

Vida parada, acabou a existência

 

Meus Deus onde está, por misericórdia

Sou seu filho também, calango sofrido

Até o choro secou, viola sem corda

Meu cerrado virou deserto, enfeiou o colorido

 

Minha Nossa Senhora

Faz chorar aí o céu por amor

Só assim essa seca vai embora

Refrescar um pouco esse enorme calor

Quinto Zili

 

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