Passado

Paixões fazem borboletas no plexo

Medo, dor de barriga

O amor uma entrega que abriga

A compaixão, algo mais complexo

O corpo vestindo o espírito imaterial

Reage a tudo e a todos

Auras se entrelaçam em bodas

Num artesanato divino surreal

Vida é pureza e simplicidade

Da natureza recebemos o amar

Mas complicado é nosso pensar

Querer de dominar, total ansiedade

Passado se esconde das atuais jornadas

Bendito o véu do olvidamento

Lembramos apenas de algum sentimento

Insuportável seria conhecer vidas passadas

Busquemos o bem afinal de contas

Este será maior hoje e amanhã com certeza

Levemos nossas vidas hoje com mais leveza

Aos males do passado, resgates às montas

 

577

Clarear, 644

Clarear

Na cabeça a inspiração

Um lampejo

Desde lá do Tejo

Como nova iluminação

 

Reverente o ser

Que reluz mesmo morto

Não está mais absorto

Ver e sentir seu renascer

 

Tralhas ficaram para trás

Os porquês se deslindaram

Poder da mente se refaz

 

O passado se foi para marcar

As paisagens se aclararam

O presente já não é mais só recordar

A. Q. 

 

Fluxo, 643

Fluxo

Do corpo carne

Ao espírito alma

Tudo flui em calma

Nada em alarme

 

Do nada ao tudo

O olho que não vê

Como mal se crê

O pó da vida mudo

 

Cabe no meu entender

Foge de meu crer

A luz agora é jasmim

 

Foi o bálsamo do devir

Aquilo que se foi a sentir

Quando alguém ouviu a mim

A. Q.

Namorados, 556

Arte por Francesca, 8 anos

NAMORICO

Namorados

A figura de pombinhos aos pares

De corações entrelaçados

Alianças de bodas nos lares

Tons vermelhos abençoados

 

Imaginário estimulante

À guisa de cerimonial

Corpos desejantes

Espíritos em comunhão passional

 

Os namorados

E os enamorados também

Elos quase intocados

Parecem que vem do além

 

Às vezes só paixões

Bom quando transmutam em amor

Do sexo passam pela dor

No fim o amor doma corações

 

O fogo dos namorados

Fervor dos amantes afora

Resignação dos denegados

Amor que venceu o depois sem se perder no agora

Quinto Zili